Irmão de Lula espera seis horas, mas não é atendido por presidente

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O irmão mais novo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Germano Inácio da Silva, de 41 anos, voltou hoje ao Forte dos Andradas, no Guarujá (SP), para segundo ele cobrar promessas feitas há mais de dez anos por Lula de ajudar parentes que moram na Baixada Santista. Ao lado do filho Nathan Lyniker, de 11 anos, Germano disse que Lula deveria ter discernimento" e "consciência" para ajudar os irmãos que precisam.

— Ele não é obrigado a sustentar minha família, a pagar minhas contas. Eu que tenho de ser homem e trabalhar para isso. Mas ele tem de ter discernimento, a consciência, de que ele tem irmãos que precisam de ajuda. Não é só eu (sic). Outros irmãos também precisam de ajuda — disse o caçula Inácio da Silva.

Germano foi até o Forte ainda na sexta-feira à noite, quando Lula desembarcou no Guarujá, e repetiu a visita no domingo. Hoje, ele chegou por volta de 13h30, mas até as 19h30 não havia sido recebido pelo irmão. Dizendo-se "chateado", saiu nesse horário para fazer um lanche com o filho.

— Não estou bravo, estou chateado. Estou chateado pra caramba (sic). Por quê? Porque, antes de ser presidente, ele é meu irmão. E, por ser meu irmão, tinha que ter consideração, o mínimo de consideração. Mas infelizmente não é isso que se está vendo — reclamou.

Ele disse que um capitão da segurança pessoal de Lula havia confirmado que seria recebido; por isso, ficou esperando.

— Ele não pode destratar um parente como ele trata os puxa-saco dele. (...) A gente espera até onde tem de esperar, mas ficar plantado? Não sou planta para ficar criando raiz — disse.

Germano contou que passa por "muita humilhação" por ser irmão do presidente da República e ser pobre.

— No meu caso, eu passo muita humilhação. Quando o pessoal me vê, já diz: ‘Pô, você é irmão do presidente e está nessa vida. Não tem nem carro’ — reclamou ele.

O irmão de Lula mora em Vicente de Carvalho, município da Baixada Santista, onde exerce a profissão de marítimo, trabalhando em uma empresa terceirizada da Petrobrás, onde ganha R$ 1.000 por mês. Segundo ele, a última vez que se encontrou com o irmão presidente foi durante a campanha eleitoral, em setembro, em um comício na Praça Tom Jobim, em Vicente de Carvalho.

— Ele reforçou a promessa. Falei com ele e ele disse: ‘Depois das eleições nós vamos conversar'. E eu estou aqui insistindo pra conversar com ele.

Germano Inácio da Silva é um dos sete irmãos de Lula por parte de pai e, ao contrário do irmão Jackson, mais velho que ele, que declarou voto em Geraldo Alckmin (PSDB), garantiu que não só votou no irmão-presidente como também é fã dele. Segundo ele, as promessas de Lula de ajudar os irmãos vêm desde 1995, quando ele era presidente de honra do PT e apenas candidato a presidente.