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Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, reconheceu em depoimento prestado na semana passada à Polícia Federal que trabalhou para o doleiro Alberto Youssef como motorista e que recebia R$ 1,5 mil por semana pelo serviço sem ter registro em carteira. Adarico estava preso desde a última segunda-feira, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, e foi solto nesta sexta-feira após decisão judicial que considerou que ele apenas transportava quantias para o doleiro. Na soltura, o juiz federal Sérgio Moro disse, entretanto, que há provas contra ele. A troca de mensagens de texto com Youssef pelo celular é uma delas.

No depoimento, obtido pelo Jornal da Globo, o motorista afirmou à Polícia Federal que nunca levou dinheiro a mando do doleiro. Mas alegou carregar envelopes lacrados cujo conteúdo desconhecia. O irmão do ministro afirmou também ter levado envelopes a muitos lugares, apesar de alegar não se recordar do endereço de nenhum deles.

Quando perguntado diretamente se levou as supostas correspondências a empreiteiras, servidores públicos e se já havia estado na Petrobras, respondeu negativamente. E disse nunca ter estado na sede da petrolífera ou outra estatal, e sequer de repartições públicas.

Ainda no depoimento, Negromonte admitiu ter tido contato com as pessoas citadas em processos oriundos da Operação Lava-Jato, como João Procópio Junqueira, Enivaldo Quadrado, Rafael Angulo e o ex-deputado José Janene, morto em 2010. O irmão do ministro afirmou que foi apresentado ao doleiro por Janene, que Angulo pagou uma viagem a passeio para ambos no exterior e que era incumbido de levar uma amante do doleiro para passear e ir ao médico.

Segundo investigadores, Adarico deve responder processo por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Negromonte foi preso na sétima fase da Operação Lava-Jato, que investiga crimes como desvios de dinheiro da Petrobras e pagamento de propinas a agentes públicos, por parte de empreiteiras que tinham contratos com a estatal. O nome do irmão do ex-ministro surgiu em depoimentos de Alberto Youssef à Justiça Federal.

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