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Vídeo | Reprodução/TV Globo
Vídeo| Foto: Reprodução/TV Globo

O irmão mais velho, Genival Inácio da Silva, o Vavá, e o compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dario Morelli Filho, teriam atuado em negociatas, inclusive com empreiteiras, e tentado conseguir um financiamento de R$ 100 milhões no BNDES, no mesmo esquema de ilegalidades descoberto pela Operação Xeque-Mate da Polícia Federal, demonstram os grampos telefônicos feitos pela PF este ano. As gravações indicam que o compadre, filiado ao PT, teria mais "peso" que Vavá e era acionado para as operações mais complexas. Morelli teria influência, inclusive, na bancada de deputados do PT. A PF não concluiu se as operações foram efetivadas.

Já o irmão de Lula seria uma espécie de "terceirizado" do ex-deputado Nilton Cezar Servo, que tentava faturar propinas em cima das indicações que fazia para Vavá. As gravações da PF, feitas com autorização da Justiça, sugerem que Vavá fazia os serviços menores, porque, segundo Servo afirma nas gravações, contentaria-se "com R$ 15 mil, R$ 20 mil". De empreiteiros ainda não identificados, Vavá recebeu "um pacotinho de dinheiro", segundo o relatório da PF.

Morelli, filiado ao PT e apontado como sócio de Servo numa rede de caça-níqueis em vários estados, teria acesso irrestrito à bancada do PT, segundo os diálogos. Ele aparece em uma ligação para o ex-deputado federal Sigmaringa Seixas, que ele chama de "Sig". O compadre de Lula tenta marcar uma reunião com o deputado e Servo. Em outra ligação ele mostra que contava com a impunidade pelo fato de ser membro do PT e ter contatos políticos importantes.

Lula não comenta

Após retornar da Alemanha neste sábado, o presidente Lula foi para São Bernardo do Campo, em SP, e informou por meio de sua assessoria que não faria comentários sobre novos trechos do relatório da PF. Gravações divulgadas indicavam que o presidente sabia da atuação do irmão e tentou reprimi-lo . Na sexta-feira, a Jusitiça prorrogou a prisão temporária de 67 dos 80 presos pela Operação Xeque-Mate. Eles permanecem detidos em Campo Grande (MS).

Mesmo considerando graves as denúncias contra o irmão do presidente, a oposição está cautelosa sobre os desdobramentos políticos das denúncias. O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), afirmou que o partido não tomará nenhuma decisão precipitadamente. Já o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), quer propor que a Comissão de Fiscalização e Controle chame o diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, para que o delegado faça uma explanação sobre a Operação Xeque-Mate.

Para o senador, é importante esclarecer se o presidente Lula sabia antecipadamente do lobby do irmão em favor de algumas empresas, como indicam as transcrições de algumas conversas gravadas pela Polícia Federal durante a Operação Xeque-Mate.

- Se ele sabia mesmo, existe uma contradição aí, porque o presidente disse que tinha toda confiança no irmão - disse Virgílio.

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