Os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos de Paula e Silva deixaram a Penitenciária Odon Ramos Maranhão, em Iperó (cerca de 120 quilômetros da capital) às 15h30m desta quarta-feira. Vestindo bermuda e camiseta, os dois saíram do local dentro do carro do advogado Geraldo Jabur. Eles só puderam ser vistos de longe pelos jornalistas.
O carro partiu em alta velocidade, com os vidros fechados. Os irmãos não quiseram dar declarações à imprensa. O pai, Astrogildo Cravinhos, afirmou que os irmãos vão passar a noite desta quarta-feira na casa de amigos, mas que devem voltar a morar com a família no bairro de Campo Belo, zona sul de São Paulo, onde sempre moraram.
Os dois rapazes são réus confessos do assassinato dos pais de Suzane Von Richthofen , mortos a pauladas em 31 de outubro de 2002. Os irmãos estão presos há três anos. Suzane é ex-namorada de Daniel e conseguiu liberdade dia 28 de junho, também por decisão do STJ. Na Justiça, ela disse que foi convencida a matar os pais pelo namorado.
A liberdade foi concedida pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eles estavam presos há três anos sem terem sido condenados e o julgamento no Tribunal do Júri ainda não tem data marcada. O ministro Nilson Naves, que relatou o pedido de hábeas-corpus, afirmou que a prisão dos irmãos foi feita de forma ilegal. A decisão foi tomada por maioria dos votos.
Os irmãos foram presos no dia 8 de novembro de 2002. De acordo com Naves, não havia fundamento para a manutenção da prisão. Segundo o ministro, foi emitido somente um decreto prisional aos três envolvidos no crime, o que configuraria tratamento igual para todos.
Astrogildo Cravinhos afirmou que já estava esperando a liberdade dos filhos, por causa da decisão a favor de Suzane. Para ele, os filhos 'fizeram uma coisa feia, mas a imprensa a tornou horrenda' e transformou os rapazes em 'monstros'. Ele estava com uma foto de Suzane na carteira e mostrou a jornalistas:
- Não posso ter raiva desta menina. Foi o amor mais lindo que eu já vi na minha vida - afirmou.
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