Se a eleição para senador fosse hoje, Alvaro Dias (PSDB) e Osmar Dias (PDT) seriam os favoritos. É o que aponta uma pesquisa encomendada pela Gazeta do Povo ao Paraná Pesquisas. Os nomes mais citados espontaneamente pelos entrevistados são os dos irmãos. Enquanto 81% não souberam dizer em quem votariam, de forma espontânea, 6,52% apostariam em Alvaro e 3,6% em Osmar as maiores porcentagens do questionário com resposta aberta. Apresentando a lista de possíveis candidatos, os dois têm vantagem mesmo se concorrerem pela única vaga. Se um deles não se candidatar, a vantagem é grande perante os demais, como o ex-governador Orlando Pessuti (PMDB), ou do secretário estadual Ricardo Barros (PP).
Em 2014, apenas a vaga de Alvaro Dias estará em jogo, com o fim do mandato de oito anos. Os atuais Sérgio Souza (PMDB) suplente de Gleisi Hoffmann e Roberto Requião foram eleitos em 2010.
Na avaliação de Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pesquisas, o resultado evidencia a força da imagem dos irmãos Dias. Osmar, por exemplo, está distante da vida política há dois anos, desde que assumiu uma diretoria no Banco do Brasil. Alvaro está constantemente na mídia e seu mandato, de acordo com a mesma pesquisa, ganhou média 7,1 na avaliação dos entrevistados, contra 5,9 de Requião. "Resta saber se os irmãos jogarão juntos ou competirão um contra o outro. Se apenas um deles se candidatar, sairá claramente o favorito", prevê.
No questionário no qual é apresentada uma lista de candidatos, tanto Osmar quanto Alvaro se destacariam individualmente, mas o atual senador levaria vantagem sobre o irmão. Para Hidalgo, a oposição aos possíveis candidatos se dará por exclusão: "Se Osmar se candidatar, Beto Richa lança um adversário. Se Alvaro for indicado por Beto, a oposição lança seu candidato. Tudo depende de quem concorre ao cargo".
O senador Alvaro Dias não se arrisca a comentar a pesquisa, mas atribui parte do resultado ao seu trabalho no Congresso. Diz acreditar que Osmar deixou uma boa imagem ao disputar as últimas duas eleições para o governo do Paraná. "A população não esquece tão rapidamente dele. Uma eleição é sempre muito intensa e sempre deixa uma marca". Alvaro disse não saber se vai se candidatar novamente ao Senado em 2014, mas afirmou que não há a possibilidade de concorrer com o próprio irmão. "Já tivemos essa conversa. Ou sai um ou sai outro, não competiria com o Osmar por uma única vaga".
A pesquisa foi feita com 1.640 eleitores maiores de 16 anos em 68 municípios do Paraná, entre os dias 11 e 15 de dezembro. A margem de erro é de 2,5% para mais ou para menos.
Gleisi Hoffmann é mais conhecida que Paulo Bernardo
O instituto Paraná Pesquisas avaliou, também, o conhecimento dos paranaenses sobre os dois ministros paranaenses, Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Os números mostram que Gleisi é mais conhecida que Bernardo, mas sua atuação na Casa Civil passa desapercebida para a maioria dos entrevistados. Quase a metade deles não soube dizer o cargo que ela ocupa.
Segundo o levantamento, 26% dos entrevistados sabem que Gleisi é ministra-chefe da Casa Civil no governo Dilma Rousseff. Outros 10% sabem que ela é ministra, mas não souberam dizer a pasta. Para 14%, Gleisi ainda é senadora cargo para o qual foi eleita em 2010. E 46% disseram não saber o cargo exercido pela petista.
Apesar desses números parecerem modestos, é possível dizer que o nível de conhecimento é alto. "Pouca gente acompanha o dia a dia da política. Essa pergunta foi de resposta espontânea. Logo, dá para dizer que ela é bem conhecida da população", comenta Murilo Hidalgo, diretor do instituto de pesquisa.
Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
A participação de Gleisi nas eleições de 2010 dá mais visibilidade a seu cargo em comparação a Paulo Bernardo, seu marido, bem menos conhecido da população. Apenas 10% citou o petista como ministro das Comunicações. Outros 4% sabiam que ele era ministro, mas não em qual pasta. E 3% erraram a pasta ele foi ministro do Planejamento durante o governo Lula. A grande maioria, 80%, não soube responder.
O cientista político da UFPR Emerson Cervi avalia como surpreendente o número de paranaenses que soube indicar o cargo exercido por Gleisi. "Um porcentual baixo de paranaenses acompanha o mundo político. Esse número é alto", afirma. Ele diz, também, que Gleisi tem mais presença no noticiário local e maior conexão com o eleitor do que Bernardo. Mas isso não qualifica a ministra necessariamente como uma candidata forte para 2014. "Esse é um patamar bom para ela se firmar como liderança política. Mas nada garante que ocupar um determinado cargo traz votos em uma eleição", afirma.