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Em família

Alvaro e Osmar podem se enfrentar pela 1.ª vez nas urnas

A família Dias vai completar, em 2014, 20 anos consecutivos no Senado. Osmar Dias (PDT) foi senador de 1994 a 2010, enquanto Alvaro Dias (PSDB) exerce mandato desde 1998. Apesar de serem presenças constantes nas eleições, os dois nunca se enfrentaram.

Em 2014, porém, a conjuntura favorece essa disputa. Após longo embate com o PSDB estadual, Alvaro se reaproximou de Richa para garantir sua candidatura à reeleição ao Senado. Já Osmar, que declarou ter intenção de voltar ao Parlamento, seria o nome mais forte numa eventual aliança PDT-PT.

No entanto, os dois não são descartados para disputar o governo. Osmar pode sair no lugar de Gleisi Hoffmann (PT) ou em uma estratégia de várias candidaturas para forçar um segundo turno. Já Alvaro chegou a ser convidado por outros partidos devido a seus atritos com a cúpula tucana.

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Faltando um ano e meio para as próximas eleições ao Senado, a família Dias polariza a disputa no Paraná. Os irmãos Alvaro Dias (PSDB), atual dono de uma das três cadeiras do estado, e Osmar Dias (PDT) aparecem com larga vantagem sobre os outros concorrentes. Entretanto, essa vantagem pode ser enganosa: um novo candidato no cenário pode complicar a eleição de ambos, como já aconteceu em 2006, quando o tucano venceu com apenas 5% de vantagem a então desconhecida Gleisi Hoffmann (PT). O levantamento é do Instituto Paraná Pesquisas.

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No atual cenário, nenhum nome posto para a disputa parece forte o suficiente para desbancar os dois irmãos. Em todos os cenários pesquisados, eles aparecem à frente dos demais concorrentes, com Alvaro sempre levando vantagem sobre Osmar por uma diferença de cerca de 10%.

Para o cientista político do grupo Uninter Luiz Do­mingos Costa, Ricardo Barros (PP), André Vargas (PT), Paulo Bernardo (PT) e Orlando Pes­suti (PMDB) apresentam porcentuais baixos de voto, considerando que são velhos conhecidos do eleitor paranaense. Barros orbita a zona dos 10% em diferentes cenários, enquanto os outros estão próximos dos 5%. A única exceção seria Sérgio Souza (PMDB), que apesar de estar no mesmo patamar, ainda é um nome pouco conhecido do eleitor.

Entretanto, as últimas eleições para o Senado têm se mostrado cada vez mais acirradas para os "figurões" paranaenses no Senado. Em 2006, Alvaro quase perdeu sua cadeira em uma disputa contra Gleisi, que na época disputava seu primeiro mandato eletivo. Em 2010, a história se repetiu com Roberto Requião (PMDB), outro veterano da política paranaense. Após ser governador por dois mandatos consecutivos, o peemedebista obteve a segunda cadeira do estado na votação, ficando apenas 185 mil votos à frente do então tucano Gustavo Fruet (hoje no PDT).

Cenário incerto

O cenário das eleições para o Senado ainda é incerto, já que há uma dúvida sobre a possibilidade de Alvaro e Osmar disputarem a mesma cadeira. Os dois hoje se encontram em campos opostos da política: Alvaro é um dos opositores mais ferrenhos da presidente Dilma Rousseff, enquanto Osmar ocupa a vice-presidência de Agronegócios do Banco do Brasil, por indicação da petista. No passado, os dois já disseram que preferem não disputar diretamente a mesma cadeira, mas a conjuntura política do estado pode forçar esse embate.

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Para o diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, essa decisão é fundamental para saber o rumo das eleições. "Se os dois irmãos se enfrentarem, não tem para ninguém", afirma. Na visão dele, um irmão absorveria a rejeição do outro e evitaria que um candidato de fora da família tivesse chances reais de vencer a disputa.

Caso um dos dois abra mão da candidatura ou saia candidato para outro cargo, a história muda. Um eventual candidato de fora poderia representar o voto anti-Alvaro ou anti-Osmar e ter chances de complicar a disputa. Entretanto, para Hidalgo, esse nome ainda não apareceu.