O Ministério das Relações Exteriores informou que o embaixador do Brasil na Itália, Adhemar Gabriel Bahadian, foi convidado nesta quarta-feira (14) pela chancelaria italiana para falar sobre a decisão do governo brasileiro de conceder refúgio político a Cesare Battisti, de 52 anos.
Battisti é ex-dirigente dos Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios cometidos entre 1977 e 1979.
Segundo o Itamaraty, Bahadian compareceu à chancelaria italiana e escutou as ponderações do governo sobre o caso. Ele deverá passar as informações ao Ministério da Justiça. O Itamaraty ponderou que o procedimento de um governo estrangeiro de convidar um embaixador a falar sobre determinada medida é algo "corriqueiro e tradicional do relacionamento diplomático".
"Apelo"
Mais cedo, o ministério italiano de Relações Exteriores havia pedido, por meio de nota, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconsiderasse a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de dar asilo político ao ativista italiano de extrema-esquerda.
"A Itália faz um apelo ao presidente do Brasil, Lula da Silva, para que sejam tomadas todas as iniciaticas que possam promover, no quadro da cooperação judiciária internacional na luta contra o terrorismo, uma revisão da decisão judiciária adotada", diz a nota da chancelaria italiana.
Battisti fugiu da Itália em 1981, refugiando-se na França no início dos anos 90. Lá se tornou um célebre escritor de romances policiais.
Em 2004, Battisti fugiu para o Brasil quando a França decidiu aprovar o pedido de extradição feito pela Itália, sendo detido em 2007 no Rio de Janeiro.
Nesta quarta, Tarso Genro disse que a decisão foi "correta" e defendeu a decisão argumentando que o refúgio político "é uma instituição originária da soberania do país".
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