A Itália vai compartilhar com a Polícia Federal os dados dos dois computadores e um tablet apreendidos durante a operação que resultou na prisão de Henrique Pizzolato, na última quarta-feira, em Maranello (norte da Itália).Os equipamentos ainda não foram examinados pelas autoridades e o seu conteúdo ainda é desconhecido.
Policiais ouvidos pela reportagem acreditam que podem incluir os rastros dos crimes cometidos por Pizzolato, como a falsificação de documentos, de como movimentou dinheiro ou obteve ajuda durante o período que esteve foragido na Europa.
Em novembro do ano passado, surgiram rumores de que Pizzolato teria fugido para a Itália com um pen drive com um dossiê com dados da campanha presidencial de Lula em 2002 - o que não foi confirmado até agora.
"Até agora, nosso trabalho ficou focado nos documentos falsos que encontramos com ele. Agora, vamos trabalhar na questão dos computadores'', disse o coronel Francesco Fallica, diretor da divisão de cooperação internacional da polícia italiana.
O número 1 da Interpol na Itália vai se reunir amanhã com o adido da Polícia Federal em Roma, Disney Rosseti, em Roma, para discutir uma estratégia para quebrar o sigilo dos dados.
Segundo Fallica, os brasileiros devem participar da análise dos arquivos porque é possível que eles guardem informações muito específicas. Ainda não está claro de que maneira isso vai acontecer.
Pela lei brasileira, a verificação de dados em um computador -como emails armazenados- depende de um juiz autorizar a quebra de sigilo.
Uma precaução que deve ser discutida, segundo o chefe da Interpol na Itália, é se a PF vai precisar ou não de autorização judicial no Brasil antes de ter acesso aos dados para poder resguardar a validade de alguma eventual dado útil a uma investigação em curso.
Pizzolato está preso na penitenciária de Modena. Anteontem, a Corte de Apelação de Bolonha rejeitou seu pedido para responder à ação de extradição em liberdade por considerar que havia risco de fuga.
Além da ação de extradição para cumprir pena de 12 anos e 7 meses da condenação do mensalão, ele vai responder por uso de documento falso na Itália por causa do passaporte usado em nome do irmão Celso Pizzolato, morto em 1978. A PF também instaurou inquérito no Brasil para apurar o caso.
A mulher de Pizzolato, Andrea Eunice Haas, teria deixado na última sexta o apartamento do engenheiro Fernando Grando, último esconderijo do casal na Europa.Grando, que é engenheiro da equipe Ferrari de fórmula 1, foi procurado e confirmou apenas que a tia deixou o imóvel. Ele não quis conceder entrevista.
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