O ex-presidente Itamar Franco (sem partido) estuda um convite para se filiar ao PPS e seu nome já vem sendo apontado como uma possível carta na manga da oposição para tentar unir os dois maiores colégios eleitorais do País na eleição presidencial de 2010. Reservadamente, tucanos paulistas passaram a cogitar Itamar, ex-governador de Minas, como candidato a vice numa eventual chapa encabeçada pelo governador José Serra (SP). A hipótese seria uma alternativa à proposta de chapa "puro-sangue" até então rechaçada pelo governador mineiro Aécio Neves, também pré-candidato do PSDB ao Planalto.
Embora ácido crítico do governo Fernando Henrique Cardoso, Itamar sempre nutriu boas relações com Serra. Nos últimos anos, porém, tornou-se um fiel aliado de Aécio, que assumiu o Palácio da Liberdade em 2003 com apoio do ex-presidente. Atualmente, Itamar, de 78 anos, ocupa o cargo de presidente do Conselho de Administração do Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (BDMG) e seu grupo defende abertamente candidatura de Aécio no PSDB.
O convite a Itamar foi feito há cerca de um ano e no último encontro com dirigentes nacionais e estaduais do partido, ele prometeu tomar uma decisão em maio ou junho. "Não é apenas mexer uma peça do xadrez, ele vai mudar o jogo", acredita o presidente nacional do PPS, Roberto Freire (PE), que ontem participou de um evento da legenda em Belo Horizonte.
Ex-líder na Câmara no governo Itamar (1992-1994), Freire ressalta que o PPS tem como pressuposto na articulação da eleição presidencial a unidade das oposições, o que significa não alimentar um racha entre Aécio e Serra. "Que seja mais um evento para ajudar na unidade, criando alternativa", diz. "Isso foi dito, inclusive, ao Itamar e ele concorda plenamente." O Estado não conseguiu contato ontem com Itamar, que estava em Juiz de Fora (MG).
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