O presidente da Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), divulgou nota nesta quinta-feira na qual afirma que "existe uma inequívoca conspiração envolvendo deputados objetivando protelar o julgamento de ações atentatórias ao decoro parlamentar". Segundo a nota, o Supremo Tribunal Federal (STF) mostrou claramente que "não está disposto a dar guarida a tais manobras", negando por larga maioria o pedido do deputado José Dirceu (PT-SP).
"O compromisso do colegiado é com a democracia, com as instituições, a imagem do Legislativo, a opinião pública brasileira e a expressiva maioria dos deputados federais que têm sua imagem conspurcada por ação de uma pequena minoria de parlamentares", diz a nota.
Irritado, Izar convocou uma nova reunião para esta quinta-feira e parte do relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) voltou a ser lido no final da tarde. A sessão de terça-feira teve seus últimos 22 minutos anulados porque aconteceram durante a Ordem do Dia (período de deliberações) do plenário, o que é proibido pelo regimento interno.
Ao chegar ao plenário da Câmara, o deputado José Dirceu (PT-SP) não quis rebater verbalmente a nota de Izar:
- Vou fazer uma nota. Nota se responde com nota - respondeu Dirceu.
Já o deputado Nilson Mourão (PT-AC) tomou as dores de Dirceu e subiu à tribuna para criticar o relatório de Delgado. Em seu discurso, Mourão disse que os parlamentares precisam pensar com independência e não podem se deixar levar pela imprensa, que já teria condenado o ex-ministro.
- Se a imprensa já condenou Dirceu, nós temos que pensar na gente. Eu não tenho medo da imprensa, mas parece que alguns relatores, sim. Se a moda de Júlio Delgado pega - protestou Mourão.
No fim de seu discurso, Mourão deu pêsames a Delgado, que não estava no plenário.
- Espero que os outros relatores não sigam o seu exemplo, pelo bem desta Casa - disse Mourão.
Com a conclusão da leitura do parecer, a deputada Angela Guadagnin (PT-SP) deve fazer novo pedido de vista por duas sessões e com isso o relatório só deve ser votado na próxima terça.
Sobre a anulação da sessão, já havia jurisprudência. Em 2002, a presidência anulou sessão do Conselho de Ética que votou a cassação do ex-deputado José Alexandro, suplente do ex-deputado Hildebrando Pascoal, justamente porque havia ocorrido no mesmo momento em que havia ordem do dia em andamento no plenário. O Conselho de Ética foi obrigado a fazer nova sessão e nova votação.
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