Já são 52 os mortos nos ataques de facções criminosas a delegacias, bases da polícia e outros alvos no estado de São Paulo. O número de atentados subiu para cem. Estes são os números do primeiro balanço oficial da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) divulgado neste domingo. Morreram 35 policiais militares e civis, agentes penitenciários e guardas municipais. Três civis também foram mortos com tiros. Houve ainda 14 mortes de suspeitos de terem participado dos ataques. Segundo a SSP, não estão incluídos nesse total os mortos nas rebeliões nos presídios de São Paulo.
O total de feridos chega a 53, sendo 24 policiais militares, oito policiais civis, três guardas municipais, dois agentes penitenciários e oito civis. Há seis supeitos de terem participado dos ataques que também ficaram feridos. A SSP informou ainda que houve 36 rebeliões em presídios e centros de detenção provisória. Neste momento, há mais de vinte motins em andamento.
Na capital, houve cinco ataques no centro; oito na zona norte; cinco na zona oeste; nove na zona sul e quinze na zona leste. Na Grande São Paulo, foram 17 ataques. No litoral, aconteceram dez e no interior de São paulo, 31.
Na manhã deste domingo, começaram rebeliões no CDP de São Bernardo do Campo, no ABC, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, e na capital, no bairro do Belém, zona leste. Na cadeia feminina de Campinas também houve rebelião nesta manhã, mas ela já foi controlada. O estado tem 32 CDPs e 74 presídios no total.
Pela segunda noite consecutiva, oterror voltou a atacar em São Paulo. Pelo menos mais 10 ataques foram registrados contra bases policiais da capital e de cidades do interior do estado.
Na capital paulista, o Fórum de Santana foi atacado durante a madrugada por homens armados, que lançaram duas granadas contra o prédio. Na fuga, os criminosos trocaram tiros com a polícia e um dos bandidos morreu. Na zona sul, houve ataques em Campo Limpo Paulista e na Favela do Jardim Boa Esperança, na região do Jardim Ângela. No Campo Limpo, um tiro atingiu a mão direita de um guarda civil municipal, durante ataque a uma base comunitária. Foram mais de 25 tiros. O guarda Valdemar Lopes Ferreira, de 50 anos, corre o risco de perder o movimento de quatro dedos e foi submetido à cirurgia. Num segundo ataque à mesma base em menos de 24 horas, por volta das 5h30m homens que ocupavam dois carros dispararam pelo menos 50 tiros contra o prédio. Desta vez, ninguém ficou ferido.
No Jardim Ângela, policiais militares sofreram uma emboscada perto da favela e criminosos atiraram contra a viatura. Houve perseguição e troca de tiros, mas ninguém se feriu ou foi preso.
Na Grande São Paulo, a delegacia de Francisco Morato foi atingida por uma dinamite na madrugada. Três policiais que estavam de plantão ouviram explosões por volta de 1h30m nos fundos do prédio. No local onde funcionava uma carceragem desativada as bombas abriram buracos no fundo de concreto. Com o impacto da explosão, portas e grades de ferro foram arremessadas à distância. Outras três salas também foram atingidas. Equipamentos eletrônicos foram danificados e todas as janelas das celas foram arrancadas. Os policiais, que não se feriram porque estavam na parte da frente da delegacia na hora da explosão, viram seis homens fugirem pelos fundos da delegacia, por onde passa uma linha de trem.
Ainda na Grande São Paulo, duas bases da Polícia Rodoviária Estadual também foram alvo dos bandidos - uma na Rodovia Régis Bittencourt, na altura de Itapecerica da Serra, outra em Vargem Grande Paulista. Nenhum policial que estava de plantão ficou ferido, pois os tiros atingiram viatura e a fiação de telefones do posto. Na Regis Bittencourt, a base da Polícia Rodoviária Federal foi atacada por três homens por volta das 2h da madrugada. Na fuga, os criminosos encontraram o carro de patrulheiros e ouve troca de tiros. Os três bandidos foram feridos e socorridos em hospitais da região, mas não resistiram aos ferimentos.
Na Baixada Santista, quatro policiais militares foram mortos na rua. Um quinto, que estava na padaria com a filha, também foi baleado e a menina levou um tiro de raspão. Por volta das 6h30m deste domingo, homens que estavam em vários carros atacaram a tiros a base da Polícia Militar na cidade de São Bernardo do Campo. Foram mais de 25 tiros, mas ninguém ficou ferido e não houve detidos.
No interior de São Paulo, um agente da penitenciária de Araraquara foi executado a tiros na noite de sábado, dentro de uma lanchonete. Ele foi baleado nas costas por dois homens que ocupavam uma moto.
Em São José do Rio Preto, dois criminosos atiraram contra um agente penitenciário que fazia plantão na portaria do Instituto Penal Agrícola (IPA). Baleado no estômago, ele está internado em estado grave no Hospital de Base da cidade. Na fuga, dos dois bandidos trocaram tiros com policiais militares e acabaram feridos.
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