O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso autorizou abertura de inquérito para investigar se o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) cometeu crime de racismo contra a cantora Preta Gil. O fato ocorreu em 2011, durante entrevista ao programa CQC, da TV Bandeirantes.
A cantora perguntou a Bolsonaro como ele reagiria se seu filho dissesse que está namorando uma negra, e ele respondeu que não discutiria promiscuidade com ela. "Eu não corro esse risco, e meus filhos foram muito bem-educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o teu", completou. Posteriormente, ele se defendeu dizendo que não havia entendido a pergunta direito.
O pedido de abertura de inquérito foi apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em julho, e Barroso autorizou o prosseguimento das apurações no início de agosto. Ele entendeu que há "elementos indiciários mínimos da ocorrência do fato e de eventual autoria por pessoa com foro por prerrogativa de função".
O processo foi encaminhado à Polícia Federal, que vai pedir cópia do material gravado com Bolsonaro, sem edição, à Bandeirantes. Em seguida, a PGR vai analisar se os indícios sustentam oferecimento de denúncia. Se a Corte concordar com os argumentos do Ministério Público, Bolsonaro se torna réu em ação penal.
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