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Advogada Janaína Paschoal considerou inócua carta de Dilma Rousseff. | Waldemir Barreto/Agência Senado
Advogada Janaína Paschoal considerou inócua carta de Dilma Rousseff.| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Uma dos três autores da denúncia contra a presidente afastada, Dilma Rousseff, a advogada Janaína Paschoal classificou o depoimento enviado pela mandatária à Comissão Especial do Impeachment nesta quarta-feira (6) como um discurso para um “palanque político” e o considerou inócuo para convencer os senadores.

“Foi um discurso, não uma defesa. Compilaram todos os argumentos que o advogado de defesa já havia apresentado nas audiências. Foi um palanque político em que ela pintou um cenário maravilhoso para o país”, disse.

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Para a advogada, Dilma perdeu a oportunidade de dialogar diretamente com a população ao ter delegado a função de apresentar a sua defesa ao seu advogado, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Como a presidente não foi ao colegiado, Cardozo leu seu depoimento para os senadores.

Em seu discurso, Dilma afirmou que os senadores estão “julgando uma mulher honesta” que exerce seu mandato “de forma digna e honesta”. A presidente admitiu que pode ter errado e cometido equívocos de natureza pessoal e política mas ressaltou que nunca desviou um “único centavo” de dinheiro público. Para Dilma, se seu afastamento for confirmado pelo Senado, significará uma “ruptura democrática”.

No mesmo sentido da acusação, o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que o depoimento da presidente não apresentou nenhum elemento novo. “A leitura da carta é uma peça de propaganda política que não trouxe nada de novo. A presidente não conseguiu se defender”, disse. Para ele, a ausência da petista na comissão se deu para evitar o constrangimento por que ela passaria ao ter que responder aos questionamentos dos congressistas.

‘Sem dolo’

Já a senadora Simone Tebet (PMDB-MS) destacou que o julgamento no Senado é político e basta haver a comprovação do fato em que Dilma é acusada para que o impeachment seja legitimado. “Aqui não se julga a pessoa, mas a autoridade”, disse.

Em defesa da presidente, Cardozo destacou que está comprovado que não houve dolo ou má-fé da petista nas acusações imputadas a ela e que a discussão travada na comissão é meramente política, “à revelia das provas”. “Se fosse um julgamento justo, essa comissão já teria uma proposta de absolvição sumária. Daqui para frente, se o processo continuar, teremos um afastamento político de uma presidente eleita”, disse.

Ele explicou ainda que a presidente não compareceu à comissão porque, como chefe de Estado, ela só deve ir ao plenário do Senado. “Quem vai à comissões no Parlamento são os ministros do governo. Qualquer chefe de Estado só vai à instância máxima de outro Poder”, disse.

Ele também indicou que não deve aceitar uma proposta feita pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) para antecipar em uma semana a entrega das alegações finais da defesa com o objetivo de que o julgamento final aconteça ainda durante a realização da Olimpíada do Rio. Para o petista, a repercussão internacional seria maior e mais favorável a Dilma.

“Não trabalho com a hipótese de associar a defesa da presidente a questões que estão fora do processo. Não vou levar isso em consideração”, afirmou Cardozo.

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