A janela para transferência partidária aberta pelo Congresso Nacional vai mudar as bancadas do Paraná em Brasília e na Assembleia Legislativa. Desde a semana passada, políticos tentam aproveitar a brecha na fidelidade partidária para se posicionar melhor, em preparação para as próximas eleições. A janela, que vai até o dia 18, está servindo para descontentes se livrarem de desafetos e para os que ficam onde estão tentarem se fortalecer.
No Paraná, a maior debandada pode ocorrer no PMDB. Quatro deputados estaduais ameaçam sair, levando junto um deputado federal e vários prefeitos do interior do estado. Tudo em função do velho racha que separa o senador Roberto Requião, presidente estadual da sigla, e os deputados que apoiam o governo de Beto Richa (PSDB).
Segundo um dos integrantes da dissidência, tudo se deve a uma jogada de Roberto Requião para tentar afastar de vez o partido da gestão Richa. A ideia principal seria tirar Luiz Claudio Romanelli da liderança de Richa na Assembleia. Os outros três que votam com o governo eram votos secundários.
No entanto, o grupo que apoia Richa se fechou. Hoje, são quatro deputados estaduais nessa situação: o próprio Romanelli, Alexandre Curi, Jonas Guimarães e Artagão Júnior. O bloco de oposição, que ficará no PMDB, tem outros quatro integrantes: Requião Filho, Ademir Bier, Anibelli Neto e Nereu Moura.
Além dos quatro, devem sair Reinhold Stephanes Jr., suplente que deve assumir uma cadeira em breve, e o deputado federal Osmar Serraglio (o partido ainda tem três outros deputados federais no estado). Na soma, são 300 mil votos para estadual e mais de 130 mil para federal. Além dos prefeitos que são parceiros do grupo.
O grupo recebeu vários convites nos últimos dias. Um deles, do senador Alvaro Dias, que pretende aumentar o poder de fogo do PV. O PP de Ricardo Barros, o PSB de Luciano Ducci, o DEM e o PDT também já procuraram os dissidentes. O que o grupo diz é que, se saírem, todos saem juntos e para o mesmo partido.
Outros partidos
No PSDB, já foi formalizada a saída do deputado federal Alfredo Kaefer, que migrou para o PSL. Valdir Rossoni era dado como outra possível baixa, mas depois de uma conversa com o governador Beto Richa na última segunda, Rossoni decidiu que fica.
Outro partido que deve ter mudanças é o pequeno Partido da Mulher Brasileira (PMB). Recentemente, como era o único partido novo, que podia receber filiados sem que eles perdessem mandato, o PMB teve duas filiações de deputados federais que queriam sair do PT. Toninho Wandscheer, porém, agora deve ir para o Pros, e Assis do Couto para o PSDB.
No grupo da vice-governadora, Cida Borghetti, também duas mudanças. A vice, que recentemente deixou o Pros, voltou para o PP, do marido Ricardo Barros. E o cunhado dela, Sílvio Barros, que saiu do PHS, pode disputar a prefeitura de Maringá pelo PMDB.
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