Curitiba e Brasília Líder do PP na Câmara, José Janene (PP-PR) culpou ontem os petistas pelas dificuldades que os deputados de seu partido estão enfrentando. "Quem nos colocou nessa situação difícil foi o PT e agora é o PT que terá de responder pela origem do dinheiro que nos foi repassado, e não nós", protestou Janene, um dos quatro parlamentares do PP incluídos na lista dos cassáveis. "Acreditamos neles. Nunca poderíamos imaginar que um dia colocariam o dinheiro do PT sob suspeita."
Acusado de receber R$ 4,1 milhões do esquema do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, Janene admite repasses de apenas R$ 700 mil: "O resto é folclore". Além do líder, outros três deputados do PP terão de se defender agora no Conselho de Ética da Câmara: Pedro Corrêa (PE), Pedro Henry (MT) e Vadão Gomes (SP). "Vamos à guerra com todos os seus horrores", resumiu Janene.
Caso tenha o mandato cassado, Janene perderá o direito a foro privilegiado, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), do dia 15 do mês passado. Foram contestados pelo STF os parágrafos 1.º e 2.º do Artigo 84 do Código de Processo Penal, que estabelecia foro privilegiado a ex-detentores de cargo público por ato de improbidade administrativa.
Atualmente, 16 processos estão correndo contra o deputado no STF. A maioria deles com origem no Paraná ou em Rondônia. As acusações variam: crime contra administração pública, desvio de verbas, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, crime eleitoral, fraude no seguro-desemprego, apropriação indébita previdenciária e irregularidades de licitação pública. Caso perca o mandado, os processos serão encaminhados para primeira instância, na cidade de origem do processo.
Em Londrina, Janene é acusado de um esquema de corrupção com o ex-prefeito Antônio Bellinati. De acordo com o Ministério Público do Paraná, a parceria entre Janene e Bellinati consistia na arrecadação de propinas dos prestadores de serviços público da cidade.
Em Rondônia, o deputado é acusado de concorrência superfaturada. A empresa Eletrojan, dele e de seu irmão, Faiçal Jannani, venceu uma concorrência para a instalação de 200 postes em Rolim Moura (RO), em 1992. De acordo com a revista Isto É, a Câmara dos Vereadores da cidade descobriu que cada poste custava o equivalente a um carro 0 km.
Ainda de acordo com a revita, Janene supostamente pediu ao advogado da Eletrojan, José Aurélio Barcellos, para subornar os vereadores. Barcellos acabou preso em flagrante e, depois da eleição de Janene, o caso foi encaminhado para o STF.
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