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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cobrou ontem esclarecimentos sobre a demora do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo em prestar auxílio a procuradores da Suíça que investigam negócios feitos pela multinacional francesa Alstom. Em fevereiro de 2011 a Suíça pediu que o MPF interrogasse quatro suspeitos do caso, analisasse sua movimentação financeira no país e fizesse buscas na casa de João Roberto Zaniboni, um ex-diretor da estatal CPTM.

Como nenhum pedido foi atendido, na semana passada as autoridades brasileiras foram informadas de que o Ministério Público da Suíça desistiu de contar com a colaboração do Brasil e decidiu arquivar parte das suas investigações.

Segundo o procurador da República em São Paulo, Rodrigo de Grandis, responsável pelas investigações sobre os negócios da Alstom no Brasil, houve uma "falha administrativa": o pedido da Suíça foi arquivado numa pasta errada e isso só foi descoberto no final de semana.

Em nota divulgada ontem à tarde, a procuradoria-geral da República informou que Janot enviou um ofício à Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional do Ministério Público Federal "para determinar o esclarecimento sobre a suposta demora no cumprimento de pedido de cooperação jurídica passiva em matéria penal no caso Alstom".

O Ministério Público da Suíça havia pedido que Grandis fizesse buscas na casa de Zaniboni porque ele é acusado de receber US$ 836 mil (equivalentes a R$ 1,84 milhão) da Alstom na Suíça.

A procuradoria suíça também pediu que fossem interrogados os consultores brasileiros Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos, suspeitos de intermediar pagamento de propina pela Alstom.

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