O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) os documentos relacionados a delação premiada do doleiro Alberto Youssef. O pacote tem três arquivos: o acordo da delação premiada, o relato das fraudes na Petrobras e outras áreas da administração pública e a tão temida lista de políticos, empreiteiros e servidores públicos envolvidos com a corrupção na maior estatal do país.
Ao longo da delação, Youssef descreveu aproximadamente 80 casos de corrupção e outros crimes, segundo disse uma fonte que acompanha de perto as investigações da Operação Lava Jato. Caberá agora ao ministro Teori Zavascki, relator do caso no STF, decidir se homologa a delação. Pelo acordo firmado com a força-tarefa do Ministério Público Federal, Youssef se comprometeu a contar tudo o que sabe sobre a corrupção na Petrobras e em outros setores da vida pública do país e, com isso, obter significativa redução em futuras penas de prisão nos processos da Lava Jato.
O doleiro está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde março deste ano. Depois da decisão do ministro sobre a delação, Janot deverá pedir abertura de inquérito contra políticos suspeitos de envolvimento com as fraudes.
Os pedidos de abertura de inquérito ou até mesmo de processos deverão levar em conta também as acusações feitas também em acordo de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. A delação do ex-diretor já foi homologada por Zavascki. Entre os investigadores da Lava Jato a expectativa é o ministro delibere sobre o acordo com Youssef logo depois do recesso do Judiciário, entre janeiro e fevereiro.
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