Rodrigo Janot, procurador-geral da República| Foto: Fellipe Sampaio/ STF

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nessa quarta-feira (3) que espera recebe,r ainda nesta semana, a delação premiada do doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato é apontado como um dos operadores do esquema de cartel envolvendo empreiteiras em contratos de obras da Petrobras e no pagamento de propina a funcionários da empresa e a políticos.

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"Ainda não chegou às minhas mãos, mas deve chegar nesta semana ainda", disse Janot, que estuda a possibilidade de, após o recebimento, abrir ainda neste ano os inquéritos relacionados a pessoas com foro privilegiado, "porque juntam-se os dois [o de Youssef e a delação de Paulo Roberto Costa] e tem-se a visão de contexto, de conjunto, até para definir a estratégia do processamento perante o STF [Supremo Tribunal Federal]", completou.

Janot confirmou ter sido procurado por advogados de executivos de empreiteiras, presos na sétima fase da Lava Jato, que trataram sobre a possibilidade de acordo para abrandar possíveis penas aplicadas a eles. Os advogados propuseram colaboração dos clientes nas investigações, vinculada à suspensão de sanções. As punições, como pagamento de multas e impedimento de participar de licitações, recairiam sobre as empresas.

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O procurador explicou que um acordo para diminuir as penas só seria possível caso os diretores assumissem culpa nos crimes, mas ressaltou que a decisão deveria ser tomada na primeira instância, pelos procuradores que atuam na força-tarefa da Lava Jato (Polícia Federal e Ministério Público Federal) no Paraná. "Primeiro, porque o acordo eventual deve ser feito junto à força-tarefa, que são os colegas que atuam em primeiro grau. Segundo - aí é minha opinião, não sei a deles -, é muito difícil a possibilidade de um acordo em que as pessoas físicas dessas empresas não assumam a culpa pelos atos ilícitos que estão sendo investigados."