A deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em um vídeo recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM de Brasília, entregou nesta quarta-feira (9) um pedido oficial para deixar a comissão especial da reforma política da Câmara dos Deputados. Jaqueline foi indicada pelo PMN para o cargo.
"Aprendi que os interesses da sociedade, de um grupo político, devem prevalecer acima de qualquer interesse individual ou vontade pessoal e, neste contexto, solicito a minha substituição na Comissão Especial representando o PMN", disse a deputada, por meio de nota oficial. A nota foi encaminhada à secretária-geral do PMN, Telma Ribeiro dos Santos.
No texto, a deputada critica o modelo político no Brasil. "A reforma política é necessária e essencial para o avanço da democracia no Brasil, para o seu aperfeiçoamento e para toda a classe política. O atual modelo é falho e precisa ser revisto com a maior brevidade possível", disse a deputada.
A deputada, contudo, não fez nenhuma referência ao vídeo em que apareceu recebendo dinheiro do delator do suposto esquema de corrupção. O assessor da família Roriz, Paulo Fona, disse que a deputada não irá se manifestar sobre a gravação.
Na manhã desta quarta, a direção do PMN divulgou nota afirmando que aguardará "o desenrolar dos acontecimentos "sobre o caso Jaqueline Roriz (PMN-DF)". O partido disse lamentar que Jaqueline Roriz "tenha se deixado envolver ingênua e desnecessariamente numa prática nefasta, própria de agentes políticos de pequena expressão, com tibieza ética, moral e intelectual, sem horizontes e carreira curta".
Ainda nesta quarta, a assessoria do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informou que ele pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para apurar o caso. Segundo a assessoria de Gurgel, o procurador-geral deve solicitar nos próximos dias a abertura de inquérito contra a deputada, que tem foro privilegiado e só pode ser investigada com autorização do STF.
A investigação
Segundo a Polícia Federal, o mensalão do DEM foi um esquema de corrupção que envolveu pagamento de propina a deputados da base aliada, empresários e integrantes do governo do Distrito Federal. O suposto esquema foi desvendado após a deflagração pela PF, em novembro de 2009, da operação Caixa de Pandora.
A investigação levou à prisão e à cassação, no ano passado, do então governador José Roberto Arruda (atualmente sem partido; na época no DEM). O vice de Arruda, Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM), assumiu o governo depois que Arruda pediu afastamento, mas renunciou para defender-se das acusações. Ambos sempre negaram envolvimento com o suposto esquema.
No ano passado, por conta da crise política, o Distrito Federal esteve ameaçado durante meses de intervenção federal.
Após a renúncia de Paulo Octávio, em fevereiro de 2010, o então presidente da Câmara Distrital, Wilson Lima (PR), assumiu o governo.
Lima deixou o cargo depois que a Câmara elegeu para governador o então deputado distrital Rogério Rosso (PMDB). Ele concluiu o mandato iniciado por Arruda e permaneceu até a eleição de outubro, cujo ganhador foi Agnelo Queiroz (PT), atual governador.
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