O senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) afirmou nesta terça-feira (3) em discurso no plenário do Senado que a disputa pelo controle da Fundação Real Grandeza, que administra o fundo de pensão de Furnas e da Eletronucelar, é "prova do que explicitei na minha entrevista", disse se referindo à entrevista à Revista "Veja" na qual afirma que boa parte do PMDB quer mesmo corrupção.
"Os recentes acontecimentos na Fundação Real Grandeza, o fundo de pensão dos funcionários de Furnas e da Eletronuclear, são uma prova clara e inequívoca do que explicitei na minha entrevista. Repito: não preciso citar nomes, pois eles vêm à tona, infelizmente, quase que diariamente", disse Jarbas.
Para ele, seria responsabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva instalar uma auditoria independente na Fundação. "É papel do chefe do Executivo, no caso, o Presidente da República, instalar uma auditoria independente que coloque tudo em pratos limpos. Essa deveria ser a atitude a ser tomada, e não a de deixar a poeira baixar, esperando que a história seja esquecida, abafada por um novo escândalo".
A tentativa de mudança na diretoria da Fundação foi abortada nesta semana. A direção de Furnas disse que o fundo não passava informações sobre aplicações, o que seria o motivo para a mudança. A Fundação Real Grandeza, por sua vez, acusou o PMDB, partido do ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, de interesse nos cargos.
O presidente do PMDB e da Câmara, Michel Temer (SP), afirmou na semana passada que a disputa pelo comando da Fundação Real Grandeza, não envolve o partido. "Não é o PMDB, não. É uma questão administrativa, do Ministério de Minas e Energia e de Furnas. Não é uma questão do PMDB", disse Temer.
Investigação
O senador Jarbas Vasconcelos disse também que sua vida está sendo investigada em Pernambuco. "Neste exato momento em que falo para os senhores e senhoras, sei que estão vasculhando a minha vida, investigando as minhas prestações de contas à Justiça Eleitoral e à Receita Federal. Não tenho o que esconder, pois disputei em Pernambuco algumas das eleições mais acirradas da história do Estado. Não temo esses investigadores, apesar de considerá-los credenciados para tal função, pois de crimes eles entendem".
Jarbas afirma que seu objetivo com a entrevista foi atendido com a repercussão das declarações, mas disse não ter a obrigação de apresentar nomes de corruptos. "Cobraram-me nomes, uma lista de políticos que não honram o mandato popular conquistado. A meu ver, essa cobrança em si já é uma distorção do papel de um Parlamentar, que deve ser o de lutar pela ética e por políticas públicas que façam o país avançar".
Ele defendeu uma reforma política que inclua financiamento público de campanha, fidelidade partidária, fim das coligações em eleições proporcionais e a adoção de uma cláusula de barreira.
Jarbas anunciou ainda a apresentação de um projeto de lei para proibir indicações partidárias para diretores financeiras de estatais. Ele defende que a função seja exercida por funcionários de carreira com a necessidade de aprovação prévia pelo Senado.
Antes de terminar o discurso escrito, ele começou a conceder a palavra a outros senadores. Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi o primeiro a falar, dizendo que "este era um discurso que gostaria de ter feito". Sérgio Guerra (PSDB-PE) também manifestou apoio ao colega.
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