O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse nesta quinta-feira que só dirá o que fez com os R$ 4 milhões que diz ter recebido como doação por caixa 2 do PT quando julgar oportuno. A declaração foi feita em resposta a uma pergunta elaborada pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) durante sessão da CPI do Mensalão. O petebista disse, ainda, que Suplicy foi o responsável pela "marca mais dura que trago no meu coração".
- Como o senhor não diz o destino do dinheiro, poderíamos então entender que os R$ 4 milhões foram para a compra de votos de um esquema que o senhor chama de mensalão? - perguntara Suplicy.
Jefferson negou e garantiu que o PTB não fez nada com a verba, mas ele, sim. O senador petista pediu, então, que ele dissesse o que havia feito com a quantia milionária, pois, segundo Suplicy, é uma questão que o Brasil inteiro deseja esclarecer.
- Não será por meio de Vossa Excelência. Só na oportunidade que eu achar conveniente - respondeu o petebista.
Mais cedo, Jefferson já havia se recusado a revelar os nomes dos candidatos de seu partido que teriam sido beneficiados pelos R$ 4 milhões, sem registro na Justiça Eleitoral. Jefferson assumiu sozinho a responsabilidade pela distribuição do dinheiro. Segundo ele, o tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri, participou apenas da decisão de como seria dividida a quantia.
Sobre a "marca no coração", Jefferson lembrou de um episódio ocorrido na época que defendia o governo de Fernando Collor. Segundo o petebista, Suplicy foi responsável por uma denúncia de que ele teria recebido R$ 1 milhão do tesoureiro PC Farias para fazer a defesa do então presidente.
- Todo moralista um dia falha, claudica, manca - provocou Jefferson - A marca que Vossa Excelência colocou no meu coração jamais consegui retirar. O que Vossa Excelência diz tem peso - acrescentou, referindo-se a Suplicy.
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