Em menos de duas horas, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), delator do mensalão, realizou na manhã desta quarta-feira (4) a perícia médica na sede do Inca (Instituto Nacional de Câncer), no Rio de Janeiro.

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Ao chegar ao hospital, às 7h53, ele foi indagado sobre sua expectativa em relação à perícia, e disse apenas uma palavra: "Zero". Na entrada e na saída, não quis dar entrevista.

Jefferson deixou a unidade do Inca no bairro Santo Cristo por volta das 9h30, acompanhado da mulher, Ana Lucia Novaes, e da filha, Cristiane Brasil, e de seu advogado, Marcos Pinheiro de Lemos.

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Os exames foram exigidos pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, para avaliar a situação de saúde de Jefferson, que tratou de um câncer do pâncreas em 2012. O laudo servirá de base para que Barbosa decida se o condenado cumprirá pena em um presídio ou em prisão domiciliar.

O ex-deputado foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por ter recebido R$ 4,5 milhões do mensalão quando fazia parte da base de apoio do governo Lula no Congresso. Além disso, foi condenado a devolver R$ 720 mil aos cofres públicos. Na quarta-feira, Jefferson disse que não tinha "de onde tirar dinheiro" para pagar a multa estipulada pelo Supremo.

Entre os condenados no processo do mensalão, Jefferson foi o único que, ainda na fase de recursos, apresentou um pedido de prisão domiciliar ao STF. De acordo com seus advogados, devido ao tratamento do câncer, enviar o delator para a prisão significaria uma pena de morte.

Jefferson está com a mulher em sua casa de campo em Levy Gasparian (a 140 quilômetros do Rio de Janeiro), aguardando o Supremo expedir seu mandado de prisão em regime semiaberto.

Saúde

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Pouco mais de um ano após descobrir um câncer no pâncreas, Jefferson cita a saúde frágil em pedido para cumprir em casa a pena que recebeu por seu envolvimento no esquema do mensalão.

Jefferson foi operado para a retirada do tumor maligno em julho de 2012. A cirurgia também removeu partes de outros órgãos, como duodeno, estômago e intestino. Depois disso, fez seis meses de quimioterapia. Ele diz que o câncer se foi, mas as sequelas ficaram. Hoje precisa tomar um coquetel de injeções diárias de vitaminas.

"Com este quadro, seria uma loucura não colocá-lo em prisão domiciliar. O STF é responsável pela integridade física dos réus", diz o advogado do ex-deputado, Marcos Pinheiro de Lemos. O cirurgião José de Ribamar Saboia de Azevedo, que operou Roberto Jefferson há um ano e assinou o laudo sobre seu estado de saúde, afirma que o paciente demanda cuidados permanentes.

"O médico não condena e nem indica o local em que a pena deve ser cumprida. Mas ele tem uma doença grave e precisa de acompanhamento regular para evitar complicações que podem comprometer a sua vida", afirma. O autor da denúncia do mensalão, que já chegou a pesar 170 quilos, também sofre sequelas da cirurgia de redução do estômago, feita há 13 anos. É obrigado a seguir uma dieta rígida e a ir ao banheiro até dez vezes por dia."

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