Em seu depoimento à CPI do Mensalão, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) confirmou que, entre os meses de julho e setembro de 2003, tomou conhecimento do suposto pagamento de mesadas a parlamentares da base em troca de apoio a pautas do governo apenas por integrantes do PP e do PL. Neste período, disse Jefferson, o então líder do PTB José Carlos Martinez foi procurado por Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, para ajustar as contas dos gastos da campanha de apoio do PTB à candidatura de Ciro Gomes à presidência em 2002. Mas o deputado, imediatamente, isentou o atual ministro da Integração Nacional, de qualquer conhecimento sobre a cooptação do tesoureiro do PT.

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- Delúbio (Soares) ofereceu um milhão de reais para pagar comerciais de mais de R$ 680 mil que fizeram com uma agência de Minas Gerais. Entre estes gastos estavam comerciais do PTB de apoio a Ciro Gomes. Mas deixo claro aqui que Ciro Gomes é um homem decente, honesto e digno, desconhecia qualquer um destes assédios financeiros - defendeu, em resposta ao deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), relator da Comissão.

Pouco antes desta afirmação, no entanto, Jefferson lembrou que tinha pedido à Ciro que avisasse ao presidente Lula que Delúbio Soares estava distribuindo recursos em nome do PT à aliados, mas ele não teria acreditado. Foi quando optou por não insistir, disse.

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Jefferson lembrou ainda que o então líder do PP, Pedro Henri, "vivia tentando cooptar deputados do PTB", mas se recusou a dar nomes de deputados do partido que tenham sido assediados por uma mesada para trocar de legenda.

- Foram tentados e resistiram à tentação. Quero evitar que sofram desgaste público. Até por que não aceitaram, então não precisam ser citados.