Senadores da oposição dizem que denúncias são graves

Para o DEM, a situação política do presidente do Senado é cada vez pior. A convocação do Lyra já era defendida pelos senadores da oposição.

"É complicação total para o senador Renan. O Conselho de Ética vai ter que chamar João Lyra para depor", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Para o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), se Lyra comprovar o que disse, as denúncias serão ainda mais graves para Renan.

"Você ter concessão de rádio não é problema. Agora, comprar com dinheiro cuja origem é indefinida, é muito grave. Se João Lyra confirmar as declarações e tiver como provar, é mais grave ainda. Por enquanto, é a palavra de Renan contra a de João Lyra. Por isso, é preciso que João Lyra apresente provas e que se faça um levantamento dessas provas", disse Agripino.

Aliado de Renan, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), minimizou as declarações de Lyra, lembrando que ele é inimigo político de Renan.

"Não dá para exportar uma briga local para o cenário nacional. O Conselho de Ética precisa é cobrar da PF a questão da perícia e, a partir daí, fazer o relatório e pronto".

Já o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha, desconversou sobre as denúncias de Lyra. "Essa representação (sobre as emissoras de rádio) ainda nem chegou ao Conselho".

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João Lyra responde na terça se aceita prestar esclarecimentos

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O empresário João Lyra afirmou em entrevista ao Jornal Nacional, na noite de segunda-feira (13), que não tem documentos para provar a sociedade que diz ter feito com "laranjas" indicados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Não entrei nessa área de ver documentos, nem nada", disse o empresário. Lyra diz que a sociedade oculta foi feita para a compra de uma rádio e um jornal, e a pedido de Renan.

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Mesmo assim, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), segundo-vice-presidente do Senado, anunciou que a tendência é de que a Mesa Diretora aceite a terceira representação contra Renan, por supostamente utilizar "laranjas" para esconder a propriedade de uma empresa de comunicação em Alagoas. A reunião, primeiramente marcada para esta terça (14), foi adiada para quinta (16), para que haja tempo de Renan ser notificado.

"A tendência é aceitar. A lógica indica que será encaminhada ao Conselho de Ética. De acordo com a resolução que trata do assunto, não resta alternativa. É uma questão de natureza formal", afirmou Álvaro Dias. O tucano será o responsável por presidir a reunião da Mesa, já que Renan se considerou impedido e o primeiro-vice-presidente Tião Vianna (PT-AC) não estará em Brasília.

Segundo Álvaro Dias, a entrevista da revista "Veja" com o usineiro João Lyra, com quem Renan teria a sociedade secreta, em que o empresário e hoje desafeto do presidente do Senado confirma as denúncias, é um elemento novo que "certamente será considerado no julgamento" da Mesa Diretora.

O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse na segunda-feira que vai aguardar até terça para que os senadores Renato Casagrande (PSB-ES), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE) decidam se aceitam ou não a relatoria da segunda representação contra Renan no conselho: a que diz respeito às acusações de que o presidente do Senado teria favorecido a cervejaria Schincariol. Até agora, Casagrande, Serrano e Almeida Lima não disseram se aceitam o pedido de Quintanilha, limitando-se a pedir o prazo até terça.