Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, o deputado João Magno (PT-MG) disse que cometeu "uma falha sanável" por só ter prestado conta este ano à Justiça Eleitoral dos R$ 426 mil recebidos do empresário Marcos Valério para suas campanhas a deputado federal em 2002 (R$ 126 mil) e a prefeito de Ipatinga em 2004 (R$ 300 mil). Embora negando que tenha feito caixa dois, João Magno disse que esse tipo de recurso é comum nas campanhas e que sobrará poucos prefeitos no país se o crime for punido com rigor.
- Se o caixa dois for levado ao pé da letra, dos 5.600 prefeitos do país, 5.300 devem ser cassados, porque deixaram de prestar contas de R$ 500 - disse o petista.
João Magno, que só prestou contas dos R$ 426 mil usados nas duas campanhas em 17 de outubro de 2005, disse que não pôde contabilizar o dinheiro antes porque não tinha o recibo, o qual vinha cobrando do então tesoureiro do PT Delúbio Soares. O relator do processo, Jairo Carneiro (PFL-BA), não pareceu convencido e disse que há controvérsias, já que ele só prestou contas depois que o escândalo veio a público e que seu nome apareceu entre os beneficiados pelo esquema do empresário Marcos Valério.
- Aparentemente, parece que somente após a divulgação dos fatos o senhor resolveu prestar contas. A decisão do senhor foi altamente influenciada por essa revolução - disse Jairo Carneiro, que foi relator do processo de cassação de Roberto Jefferson.
João Magno disse que não poderia forçar Delúbio a entregar o recibo e que usou o dinheiro exclusivamente nas campanhas. O petista disse ainda que conheceu Valério quando era prefeito de Ipatinga porque o empresário prestava serviço para a Usiminas, que fica na cidade mineira. João Magno contou que foi procurado por Valério depois de eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva porque o empresário queria se aproximar do governo, mas garantiu que não prestou nenhum tipo de ajuda.
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