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| Foto: Fellipe Sampaio/ STF

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou, durante uma palestra em Florianópolis, que o governo mente ao dizer que combate a corrupção. Segundo Barbosa, quem cumpre este papel são a Polícia Federal, a Justiça e o Ministério Público Federal. Ao falar sobre corrupção e fazer críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT), Barbosa foi aplaudido várias vezes durante sua palestra sobre ética e administração, na noite desta quinta-feira, no centro de convenções Centrosul.

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“Quem está combatendo é o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Justiça. Eles não têm nada a ver com isso. Nunca se combateu tanto a corrupção, mentira”, afirmou Barbosa.

O ex-presidente do STF não poupou críticas ao modelo político atual, que, segundo ele, favorece à prática da corrupção. Ao responder uma pergunta de uma pessoa da plateia, Barbosa disse que não poderia quantificar se a corrupção apontada ao Partido dos Trabalhadores (PT) era maior, menor ou igual aos governos anteriores. No entanto, disse que o PT tem adotado uma retórica “um pouco cínica”.

“Eles alegam:nós não inventamos a corrupção, sempre houve corrupção na vida brasileira, ou seja, é como se tivesse chegado a vez dele”, respondeu com ironia. A plateia riu e aplaudiu Barbosa.

Ele contou que não é militante político, mas votou no Lula duas vezes e uma vez na presidente Dilma Rousseff. E que no início do partido havia uma fé como se o PT tivesse vindo “redimir os nossos pecados.”

“Mas o partido, num determinado momento não soube se expurgar, especialmente da sua cúpula, das pessoas que visivelmente se utilizaram da filiação ou da sua posição de poder dentro do partido para enriquecer e se corromper. A visão messiânica, como uma seita, que seriam imunes à corrupção, permitiram chegar ao nível que está”, falou.

Ao falar da inclusão de pessoa jurídica passível de punição, prevista na Lei Anticorrupção, Barbosa disse que o motivo está na redução, por decreto, do percentual da multa de 20% para 5% sobre o faturamento das empresas envolvidas nesse tipo de crime.

“As penas são 0,1% a 20% sobre o faturamento. Mas, nas últimas semanas, ocorreram fatos que colocam em xeque, ao meu ver, essa vontade, esse comprometimento do Estado brasileiro em combater verdadeiramente a prática de corrupção. O governo federal, ao regulamentar a lei, baixou um decreto, certamente influenciado pelos fatos que nos assolam a todos os brasileiros há meses, limitando essa punição a apenas 5% do faturamento, o que demonstra, a meu ver, a vontade”, disse.

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