O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nessa segunda-feira, durante almoço com empresários do Lide, em São Paulo, que fizeram “um banzé” com suas declarações sobre a presidente Dilma Rousseff em palestra para alunos da Universidade de Chicago. Ele afirmou na ocasião que a presidente tem genuinamente a vontade de endireitar as coisas no Brasil, mas nem sempre o faz da maneira mais eficaz.
“Pegaram uma sentença que eu disse numa conferência. Esse é um bom exemplo para falar de comunicação. A parte relevante do discurso é que a presidente tem genuinamente interesse de endireitar as coisas no Brasil, tem um genuíno interesse em fazer isso, mas pegaram a segunda parte para fazer um “banzé”. Na vida real, na política, nas empresas, muitas vezes se trabalha sob pressão e nem tudo acontece do jeito que a gente desejaria. As coisas são portanto difíceis”, afirmou o ministro, em resposta a uma pergunta sobre os motivos de governo se comunicar mal.
Segundo Levy, tanto o governo quanto o Congresso Nacional devem aproveitar o voto de confiança dado pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, que manteve o grau de investimento do Brasil.
A perda dessa classificação teria consequências ruins para a economia brasileira, com perda de investimento estrangeiro, inclusive de multinacionais, afirmou. O ministro observou que o voto de confiança foi dado à instituições brasileiras, incluindo o Congresso, e é importante que haja esforço conjunto para fazer os ajustes fiscais necessários. “Por isso é tão importante aproveitar esse voto de confiança, não no ministro da Fazenda, mas nas nossas instituições, como o Congresso, e fazer os ajustes até porque queremos uma reversão da trajetória do Produto Interno Bruto (PIB)”, disse Leyv.
O ministro disse que a situação fiscal do país ficou insustentável com o primeiro déficit primário em 15 anos e que o objetivo das medidas de ajuste anunciadas até agora é reverter essa trajetória e buscar um superávit primário de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% em 2016. “São resultados necessários para criar uma trajetória favorável para a dívida pública”, afirmou Levy, que disse que a revisão das contas nacionais pelo IBGE melhorou um pouco essa relação, mesmo com a economia em desaceleração.
Na abertura do encontro, que reuniu 562 empresários, o presidente do Lide, João Dória Junior, já havia afirmado que a Standard & Poor’s tinha dado um voto de confiança ao ministro da Fazenda ao manter o grau de investimento do Brasil. “A S&P deu voto de confiança ao ministro e manteve o grau de investimento do país. Não é pouca coisa o que o senhor conseguiu ao dialogar com a agência e abrir seu programa econômico”, afirmou Dória Junior.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Com Lula, fim de ano tem picanha mais cara dos últimos 18 anos
Justiça ou vingança? Alexandre de Moraes é acusado de violar a lei; acompanhe o Entrelinhas