Dúvida
Para oposição, mais ministros "traíram" PT
Líderes da oposição afirmaram ontem acreditar que mais ministros da Esplanada tenham feito o mesmo. Serra foi o principal adversário da então candidata Dilma Rousseff (PT). Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), alguns não devem ter a coragem que Jobim tem de revelar seu voto. "Isso demonstra que ele sabe votar, mas acho que não foi só ele não. Alguns ministros que não sejam do PT devem ter feito o mesmo", disse.
O deputado disse ainda esperar que Dilma não retalie Jobim por sua declaração. "Seria a mesma coisa de não direcionar verba para estados em que o PT foi derrotado", comparou o tucano. "Isso [a revelação do voto de Jobim] mostra o amadurecimento da democracia."
O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), também acredita que outros ministros tenham votado em Serra. E disse não ter ficado surpreso com o voto de Jobim. "Todo mundo sabe das boas relações que ele tem com a oposição, com o Fernando Henrique Cardoso, com o Serra. Ele já foi ministro do Fernando Henrique", lembrou.
Bueno também disse não acreditar que Jobim seja demitido por causa disso. "Uma equipe não é formada por quem esse votou ou deixou de votar", afirmou.
Folhapress
O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), minimizou ontem as declarações do ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), que revelou ter votado no tucano José Serra para a sucessão presidencial de 2010. Serra foi o principal rival de Dilma Rousseff na campanha do ano passado. De acordo com Temer, a revelação não coloca em risco o cargo de Jobim. "A franqueza dele não altera a posição dele no governo", garantiu.
Durante inauguração da ponte Governador Orestes Quércia, em São Paulo, Temer contou que não se surpreendeu com as declarações que o ministro da Defesa deu à Folha de S.Paulo e que criaram um mal-estar entre PT e PMDB. "O Jobim é muito franco. Ele disse uma coisa verdadeira, que ele já havia me contado e que já havia dito à presidente Dilma Rousseff. Ele é um quadro muito valoroso do PMDB e faz um trabalho excepcional no Ministério da Defesa", enfatizou.
O peemedebista lembrou a divisão interna do partido durante a campanha presidencial de 2010. Em alguns estados, como São Paulo, o PMDB apoiou o candidato do PSDB e, em outros, como no Rio de Janeiro, esteve no palanque de Dilma. "Nem todos os peemedebistas votaram na chapa", reforçou. Segundo Temer, a importância de Jobim no governo supera o fato dele ter votado contra a orientação do PMDB nacional. "A grande maioria votou na chapa Dilma/Temer. Outros tiveram dificuldades, mas foram compreendidos", disse.
Superada as divergências internas, o vice-presidente disse que o PMDB vive agora um momento diferente da época do ex-governador Orestes Quércia, um dos líderes peemedebistas que mais resistiu à coligação com o PT de Dilma Rousseff. "Hoje o PMDB é um partido unidíssimo", frisou.
Um dos petistas que criticaram a declaração de Jobim foi o deputado federal André Vargas (PT-PR). Para ele, Jobim, que já foi ministro no governo Lula, deve pensar que "não há outro ministro de Defesa possível. Líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), disse "estranhar a declaração de Jobim. "Com tanta coisa para cuidar, estranho a declaração dele querendo pautar em quem votou. E finalizou: "Ele não faz de graça.
Ministro de FHC e Lula, Jobim perdeu espaço na gestão Dilma e já confidenciou que não pretende ficar até 2014.
A afirmação do ministro foi ironizada por integrantes de sua própria legenda, como Eduardo Cunha (RJ). No Twitter, ele disse: "Descobriram o grande segredo da política brasileira: Jobim votou no Serra e não na Dilma. Daqui a pouco vão descobrir que o Aécio [Neves] votou na Dilma e não no Serra.
O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que Jobim está no seu direito de cidadão e eleitor e que todos sabem que parte do partido votou em Serra: "Apenas lamentamos".
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