O candidato à presidência do PMDB, ministro Nelson Jobim, abriu fogo nesta segunda-feira contra o seu adversário na disputa, o deputado Michel Temer (SP), atual presidente da legenda, ao afirmar que o partido está parado há cinco anos e necessita de modernização.
``Espero encontrar o partido no voto no dia 11...para a modernização. Vamos à tentativa de demonstração do futuro e não ao prosseguimento de cinco anos de paralisação'', disse Jobim em discurso a representantes do partido, em encontro promovido pelo governador do Rio, Sérgio Cabral Filho.
Jobim afirmou que nos últimos cinco anos (período da presidência de Temer), o PMDB não construiu um objetivo nacional e que o partido continuou sendo uma confederação de partidos regionais.
``Quero buscar a unidade do partido através de programas que tenham consequências, de desenhos que não sejam retóricas, mas que sejam efetivamente ações políticas que resolvam problemas imediatos do país'', afirmou.
``Não encontramos bandeira alguma desde 1989. Ficamos circulando nacionalmente sob o comando de naves alheias. Creio que o momento é de termos de novo a nossa bandeira'', disse Jobim, referindo-se ao fato de o PMDB não ter tido candidato próprio à presidência nas três últimas eleições.
Jobim foi interrompido pelo ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, que defendeu Michel Temer das acusações. Garotinho lembrou que a candidatura de Jobim é apoiada por peemedebistas governistas como Renan Calheiros e José Sarney, que foram contra a sua candidatura à presidência.
``Gostei muito do seu discurso. Se não fosse vacinado até votaria no senhor, mas aqueles que estão com a candidatura do senhor são os que não queriam projeto e a democratização do PMDB. O seu discurso é empolgante mas ainda sou adepto do ditado 'diga-me com que anda que te direis quem és''', ironizou Garotinho.
Representante da Executiva Nacional do PMDB, Moreira Franco, que apóia Temer, tentou fazer Jobim desistir da candidatura para assumir a primeira vice-presidência do partido.
``A unidade se busca com a disputa. A democracia não é a produção do consenso, é a administração do dissenso'', rebateu Jobim, afastando a proposta de acordo.
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