O ministro da Defesa, Nelson Jobim, declarou hoje que recebeu e aceitou o convite da presidente eleita, Dilma Rousseff, para permanecer à frente do Ministério da Defesa. "Tem certas coisas que você não pode deixar de aceitar", disse. "Tem algumas coisas que você não deve ser candidato, mas também não deve recusar se convidado for, que era o caso do STF (Supremo Tribunal Federal) ", completou.

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Sobre a saída dos órgãos de aviação civil da estrutura do Ministério da Defesa, Jobim esclareceu que Dilma está examinando a hipótese de criar uma secretaria especial para a aviação civil. "Uma coisa está aceita: é a ideia nossa que isso sairia do Ministério da Defesa", afirmou.

Questionado se o anúncio da nova secretaria seria de imediato, ele explicou que o assunto está com Dilma e que normalmente mudanças são feitas no início do mandato, quando é encaminhada a medida provisória (MP) que define a estrutura de governo.

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"Mas isso depende dela", afirmou ele, ao defender a necessidade de reestruturação do setor, lembrando que, sempre que participa de reuniões internacionais que envolve a aviação civil, enfrenta dificuldades de discutir o tema por ser o ministro da Defesa. "Nunca era o ministro da Defesa, o representante da aviação civil ou algo ligado à área militar", completou, ao ressaltar a necessidade de um órgão específico para a área.

Forças Armadas

Sobre a escolha dos comandantes das três Forças Armadas, Jobim informou que a presidente eleita afirmou que esse assunto "especificamente" deve ser discutido mais tarde. "Ela disse que deveríamos conversar depois e discutir especificamente esse assunto", relatou Jobim, sem precisar quando seria essa data, que Dilma fixará.

No entanto, ele disse acreditar que a data será fixada nos próximos dias, antes do dia 20. Segundo Jobim, na conversa preliminar, se falou nas possibilidades de permanência, de renovação total, ou renovação parcial dos cargos.

Caças

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Na entrevista concedida no Clube Naval, em Brasília, após solenidade de premiação de entidades parceiras do Programa Soldado Cidadão, Jobim deixou claro que a decisão sobre a compra dos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) não está adiada para próximo governo. Segundo o ministro, Dilma está de posse dos estudos entregues por ele sobre as propostas das empresas e da avaliação do ministério.

Ele disse que Dilma afirmou que irá avaliar a questão. "Não está (adiada a decisão). O que está decidido é que se tem de se tomar uma decisão, o problema é saber o momento e eu não posso fixar esse momento. E uma das hipóteses que se trabalha é que o presidente Lula possa decidir o assunto", afirmou Jobim.

Ele acrescentou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não quer decidir em contradição às posições que ela (Dilma) venha a assumir". "Logo, ela tem de tomar conhecimento do assunto, e lhe entreguei o material", afirmou. "A presidente Dilma ficou de examinar, depois me chamar para explicações adicionais, se achar necessário, e a intenção inicial dela é conversar com o presidente Lula sobre o assunto", reforçou Jobim.