O ministro da Defesa, Nelson Jobim, recebeu nesta segunda-feira (22) seu colega da Suécia, Sten Tolgfors. A poucos dias da decisão sobre a compra de 36 caças para reequipar a Força Aérea brasileira (FAB), Jobim ouviu apelos para que o governo considere a proposta que, do ponto de vista sueco, é a mais competitiva: a do modelo Gripen NG.
O negócio pode chegar a US$10 bilhões e tem três interessados: os suecos, os franceses com o caça Rafale, e os americanos, com o F-18 Super Hornet.
Na semana passada chegou a Jobim o relatório final da FAB sobre a qualidade técnica dos caças que disputam a compra pelo Brasil. O relatório afirma que em termos operacionais, os três jatos que disputam o negócio satisfazem tecnicamente.
Mas diferentemente das análises anteriores, desta vez a Aeronáutica reavalia que, considerando a Estratégia de Defesa Nacional, os caças franceses Rafale representam "a proposta mais consistente". Inicialmente, a preferência da FAB era pelos caças suecos.
Proposta sueca
Segundo Tolgfors, além do preço mais baixo e menor custo de manutenção, a proposta do Gripen é a única que vai transferir ao Brasil o conhecimento para integração de armas. Ou seja, o jato sueco permite que, com a integração de sistemas, seja possível "montá-lo" com diversas opções de fabricantes.
Isso tornaria o Brasil "menos dependente de um só fabricante", assegurou o ministro sueco. O Gripen NG opera com um só motor, de fabricação americana. E foi oferecido pela metade do preço dos concorrentes.
Perguntado se ainda acredita que o processo esteja aberto, Tolgfors disse que sim e completou: "somos a favor da transparência é como fazemos negócios na Suécia".
Dentro de alguns dias, o ministro da Defesa vai apresentar seu próprio relatório ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deverá escolher oficialmente o caça a ser comprado com base nos argumentos de Jobim.
Preferência por caças franceses Jobim já havia afirmando na semana passada que os franceses tem vantagem na disputa. "A FAB diz que os três são satisfatórios, então o que pesa é a transferência de tecnologia e a redução da dependência". Questionado se este quesito daria vantagem para a França, Jobim concordou: "Neste sentido, sim".
Os Rafale da França possuem dois motores e os franceses afirmam que transferem tecnologia de forma irrestrita, além de oferecerem o mercado da América do Sul para o Brasil exportar a produção.
A preferência do presidente Lula pelos caças franceses já é conhecida - foi declarada no dia 7 de setembro do ano passado durante uma visita do presidente francês, Nicolas Sarkozy, a Brasília.
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