Atualizado em 19/12/2005 às 19h05
O jogador de futebol Edmundo, que já jogou no Vasco e no Flamengo e atuou pelo Figueirense, de Santa Catarina, no último Campeonato Brasileiro, envolveu-se em mais uma confusão no trânsito. Ele foi autuado por embriaguez e desacato a policiais militares. Segundo informação da Polícia Civil, o atleta fez uma manobra irregular na Rua Mário Ribeiro, na Gávea, depois de sair de uma boate na madrugada desta segunda-feira. Ao ser parado por policiais do 23º BPM (Leblon), teria discutido com eles.
O delegado Alberto Pires Lage, titular da 14ª DP (Leblon), onde a ocorrência foi registrada, informou que vai pedir a cassação da carteira de motorista do jogador. O pedido será feito, de acordo com informação da Secretaria de Segurança Pública do estado, com base no artigo 294 do Código Nacional de Trânsito e nos antecedentes de Edmundo. Em dezembro de 1995, o jogador dirigia embriagado e provocou um acidente de trânsito na Lagoa em que três jovens morreram. Ele foi condenado em 1999 a quatro anos e meio de prisão, em regime semi-aberto, mas recorreu e obteve uma liminar que lhe deu o direito de aguardar em liberdade a tramitação do processo.
Nesta segunda, Edmundo estava ao volante de um Land Rover quando foi parado pelos policiais, por volta das 3h. Os PMs contam que pediram ao jogador que descesse e apresentasse a documentação do veículo. Edmundo teria se recusado. Os policiais disseram que o atleta chamou a abordagem de 'palhaçada'. Após uma rápida discussão, Edmundo foi levado para a 14ª DP. O jogador acusou os PMs de agir com rigor excessivo pelo fato de ele ser famoso.
Edmundo teve que se submeter a um exame no Instituto Médico Legal (IML), que registrou presença de álcool no organismo. O jogador pagou fiança de R$ 3 mil e foi liberado. Ao chegar à delegacia, afirmou que os policiais queriam dinheiro para não incomodá-lo e que ele teria se recusado a pagar propina.
- Saí da boate e estava indo para minha casa. O cara cismou que eu fiz alguma coisa errada - contou o jogador, que deixou a 14ª DP em companhia de um amigo.
Além do acidente trágico de 1995, quando tinha saído de uma boate e dirigia alcoolizado, em alta velocidade, Edmundo teve problemas no trânsito em julho de 2005. Ele bateu no carro de um oficial de Justiça, com quem discutiu. O atleta estava acompanhado de Mônica Santoro, ex-mulher de outro jogador, Romário.
Apesar do histórico de confusões no trânsito e das mortes que provocou, Edmundo não tem qualquer impedimento legal para continuar dirigindo. Na época do acidente na Lagoa, as regras para a perda de habilitação eram diferentes. Só em 1998 foi criado o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). E apenas a partir de 2000, por meio da Comissão Cidadã, o Detran-RJ passou a aplicar a suspensão do direito de dirigir aos motoristas envolvidos em acidentes graves, conforme prevê o código.
O crime de embriaguez (artigo 306 do Código Nacional de Trânsito), segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, tem pena máxima de quatro anos de prisão. O de desacato (artigo 331 do Código Penal), até seis meses de detenção. Como o crime de embriaguez é afiançável, Edmundo vai responder ao inquérito em liberdade. Quanto ao desacato, por ser tratar de um crime de baixo potencial ofensivo, o acusado normalmente é solto, mediante compromisso de comparecer ao Juizado Especial Criminal.
Edmundo deve se apresentar ao Palmeiras, onde atuará na temporada 2006, nesta terça-feira. O clube informou que o novo incidente envolvendo o jogador não interfere na sua contratação.
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