O novo prefeito de Campinas (SP), Jonas Donizette (PSB), tomou posse do cargo na manhã desta terça-feira (1º) usando táxi, perua escolar e ônibus para se locomover entre as cerimônias.

CARREGANDO :)

Os veículos foram escolhidos pelo socialista para chamar a atenção a um setor que ele diz ser uma de suas prioridades na gestão que começa: o do sistema público de transporte e a mobilidade urbana.

Donizette chegou à Câmara Municipal de táxi conduzido pelo taxista mais antigo em exercício na cidade. No local, discursou por cerca de 15 minutos, onde prometeu combate à corrupção. "O desafio premente em pauta é de atitude ética, honrosa e de moralidade pública", disse.

Publicidade

Em 2011, o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) e o vice, Demétrio Vilagra (PT), foram cassados após um escândalo que envolvia direcionamento de licitações da Sanasa (empresa de saneamento da cidade). Uma operação da Promotoria na época levou à prisão 20 pessoas, inclusive o vice e de integrantes do primeiro escalão. Todos negam envolvimento.

Da Câmara, Donizette seguiu para o Teatro Castro Mendes em uma perua escolar para a cerimônia de transmissão de cargo e de nomeação dos 23 secretários e dez diretores de autarquias.

Lá, durante uma pequena entrevista que concedeu, o atual prefeito e adversário de Donizette na última eleição, Pedro Serafim (PDT), disse que "sentiu falta" de uma pessoa com experiência na equipe do prefeito eleito no processo de transição.

Donizette, por sua vez, disse que Serafim iria viajar, mas pediu que ele ficasse na cidade para participar da cerimônia para simbolizar a "volta à normalidade" institucional.

Do teatro, o socialista seguiria de ônibus escolar junto dos secretários e familiares para a prefeitura onde, concederá entrevista coletiva e assinará o primeiro ato como prefeito empossado.

Publicidade

O socialista terá para o primeiro ano de mandato um orçamento de R$ 3,7 bilhões para administrar a terceira maior cidade do Estado de São Paulo (1,1 milhão de habitantes).

A situação financeira de Campinas é o primeiro desafio que Donizette enfrentará logo nos primeiros meses de mandato. A administração anterior deixou dívida de curto prazo (os restos a pagar) de cerca de R$ 100 milhões. A dívida de longo prazo do município é de aproximadamente R$ 1,3 bilhão.

O prefeito anunciou que quer um primeiro ano de austeridade fiscal e de redução de gastos. Um corte de cerca de 500 comissionados da administração já foi anunciado, mas não há prazo para ser implementado. Além disso, já afirmou que descarta aumento de impostos de imediato.

O socialista venceu a eleição no segundo turno com 57,69% dos votos válidos contra 42,31% do adversário, o economista Márcio Pochmann (PT). Durante a campanha eleitoral, o socialista procurou explorar a proximidade de seu partido com o governo da presidente Dilma Rousseff e sua facilidade de trânsito junto ao governo do Estado.

Radialista e nascido em Monte Belo (MG), Donizette tem 47 anos e é filho caçula de uma família de 20 irmãos. Filho de agricultores, chegou a iniciar o curso de jornalismo, mas não concluiu a graduação.

Publicidade