A advogada Jorgina de Freitas, condenada por fraudes milionárias contra o INSS, foi transferida na manhã desta segunda-feria, do Presídio Talavera Bruce, no Rio de Janeiro, para a Penitenciária Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, na zona oeste da cidade. A penitenciária abriga detentas que cumprem pena em regime semi-aberto.
A mudança de regime foi concedida na quarta-feira, através de um pedido de hábeas corpus. Após cumprir oito dos 14 anos de condenação, Jorgina está autorizada a ir para casa nos fins de semana, por decisão da Seção Criminal do Tribunal de Justiça. O advogado de Jorgina, Carlos Roberto Costa, disse na quinta-feira que ela poderia optar pela visita periódica ao lar ou pelo trabalho extra-muro. O advogado informou que ela escolhera as visitas ao lar, que ocorreriam em fins de semana alternados e horários restritos.
A mudança de regime foi concedida por nove desembargadores, na quarta-feira. De acordo com o TJ, a decisão unânime atendeu a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Na sexta-feira, a assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária informou que Jorgina só poderá sair da prisão quando conseguir um emprego comprovado. O advogado de Jorgina disse que ela recebeu proposta de uma ONG que oferece oportunidade de trabalho a sentenciados, mas, por enquanto, preferiu não aceitar: "A princípio, a hipótese de trabalho ainda não foi cogitada".
Jorgina foi condenada por participar do maior golpe da história da Previdência. Também foram condenados um juiz, um procurador do INSS e outros advogados. No Talavera Bruce, ela trabalhava em cooperativa de artesanato e freqüentava cultos evangélicos. Segundo o TJ, 70% de seus 60 imóveis foram comprados com o dinheiro do crime. Eles já teriam sido avaliados, mas o leilão não foi marcado. Jorgina responde a outros processos por estelionato e fraude.