A jornalista Mara Gabrilli, filha do empresário Luiz Alberto Ângelo Gabrilli, disse nesta terça-feira na CPI dos Bingos que em janeiro de 2003 foi recebida durante 40 minutos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dona Marisa Letícia no apartamento do casal em São Bernardo do Campo, quando revelou o esquema de extorsão do qual seu pai, empresário de ônibus de Santo André, teria sido vítima. Mara Gabrilli disse que foi muito bem recebida pelo presidente, mas que nunca recebeu o retorno prometido por ele, que lhe garantiu que iria averiguar as denúncias.
- Ele me fez muitas perguntas como se não soubesse do esquema. Disse que iria tomar providências, pediu para que eu esperasse que iria fazer contato comigo, mas nunca me procurou - disse a jornalista.
Mara Gabrilli disse que, quando deixava o prédio de Lula, foi acompanhada por um assessor do presidente, que lhe sugeriu, de "forma imperativa", que não revelasse aos jornalistas que estavam na porta do edifício o assunto tratado no encontro. Segundo Mara Gabrilli, o assessor, do qual não se lembra o nome mas diz ser alto e usar barba, sugeriu que ela dissesse que o assunto tratado com Lula tinha sido sua reabilitação física, já que ela é tetraplégica.
No ano passado, Mara se filiou ao PSDB e hoje ocupa o cargo de secretária municipal especial da pessoa com deficiência da prefeitura de São Paulo.