Cerca de cem jornalistas se reuniram na manhã deste domingo (03), em Curitiba, em um protesto contra episódios de perseguição a profissionais da imprensa do estado e de todo o país.
O ato, que começou por volta das 10 horas e foi organizado pelo Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor-PR), ocorre na data em que se comemora o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa. Todos os profissionais reunidos no Largo da Ordem se vestiram de preto, em sinal de luto pelas ameaças sofridas por jornalistas no Paraná.
Com bocas amordaçadas, os jornalistas reunidos deixaram às 11 horas o ponto de concentração, o Belvedere, no Alto São Francisco, para percorrer as ruas do Largo da Ordem. Eles também distribuíram panfletos para conscientizar a população.
A palavra de ordem que gritavam os profissionais ao longo da caminhada, pacífica, era “basta”.
“O que estamos fazendo aqui hoje é um protesto contra a perseguição que vem ocorrendo a jornalistas do Paraná”, explicou Guilherme Carvalho, ex-presidente do Sindijor-PR e um dos jornalistas que participou do ato. “Queremos sensibilizar as autoridades responsáveis não aconteçam mais”, ressaltou.
Ameaça de morte
O episódio mais recente de perseguição na imprensa do Paraná foi contra um profissional da Rede Paranaense de Comunicação (RPC). O produtor de TV James Alberti estava em Londrina, onde investigava um esquema de corrupção e pedofilia que envolve pessoas ligadas ao governo do estado, quando foi ameaçado de morte por telefone. Diante da ameaça, a empresa providenciou a retirada do jornalista da cidade.
No início do mês passado, jornalistas da Gazeta do Povo passaram a ser intimados pela Polícia Militar para revelar identidades de seus informantes.
Mauri König, Felippe Aníbal, Diego Ribeiro e Albari Rosa estavam sendo convocados “sistematicamente” para prestar depoimento sobre uma série de reportagens que denunciam desvios de conduta de policiais. O fato gerou repercussão no país.