Visivelmente abatido com o escândalo do valerioduto batendo à sua porta, o vice-presidente da República, José Alencar, disse que cabe ao PT prestar contas sobre a origem do dinheiro utilizado para pagar parte de uma dívida do partido com sua empresa, a Coteminas. Após ser condecorado com a medalha do Mérito Legislativo, na Câmara dos Deputados, Alencar disse que não está irritado com as autoridades que cobram investigação da operação. Mas explicou que quando o dinheiro - R$1 milhão - foi entregue para pagar apenas um décimo da dívida, a Coteminas forneceu uma nota fiscal de recebimento, e que caberia ao PT prestar contas em sua contabilidade.
- Quando o pagamento feito em dinheiro, referente a um décimo da dívida, foi depositado, foi dado um recibo para ser utilizado pelo PT em seus registros contábeis. Mas não podemos chegar e fiscalizar se a compradora prestou ou não prestou contas. Essa é uma pergunta ótima, mas deve ser feita ao PT, não à Coteminas - reagiu Alencar.
O vice-presidente lembrou que seu filho Josué Gomes da Silva, o presidente da empresa, estava fazendo uma peregrinação nesta quarta-feira no Congresso, levando aos líderes um dossiê com toda a documentação da operação. Ele se negou a comentar as declarações do ex-tesoureiro Delúbio Soares, de que o dinheiro teve origem no valerioduto.
- Não tenho por costume fazer julgamento sobre se é verdade ou mentira o que o meu próximo disse. Eu não tenho como falar sobre uma questão do partido, do PT.
Por fim, Alencar admitiu que qualquer que sejam as dificuldades enfrentadas pelo PT, elas o atingirão também:
- Qualquer coisa que atinja o PT, me atinge também porque eu fui eleito vice presidente pelo PT. Ninguém vota no vice, o número que votaram e que me elegeu foi o 13, do PT - disse.