Preso desde o último dia 4 na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o ex-ministro José Dirceu começou a intermediar negócios na Petrobras por volta de 2003 e 2004, quando ainda era ministro da Casa Civil do governo Lula. Em depoimento à Polícia Federal, o delator Milton Pascowitch disse que o grupo político de Dirceu, que era representado na estatal por Fernando Moura, se aproximou da empresa Hope, estabelecendo um ‘relacionamento comercial’ entre a Hope e a Petrobras por meio do diretor de Serviços, Renato Duque. Pascovitch contou que, até o escândalo do mensalão, em 2005, o pagamento de propina era feito diretamente aos “interessados da área política”.
É com base no depoimento de Pascowitch que o Ministério Público Federal afirma que Dirceu instituiu o esquema de corrupção instalado na Petrobras. Quando o ex-ministro teve prisão decretada na Operação Lava Jato, no início de agosto, o procurador Carlos Fernando Lima afirmou que a investigação busca “José Dirceu como o instituidor do esquema Petrobras ainda no tempo da Casa Civil, ainda no tempo do governo do ex-presidente Lula”.
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Leia a matéria completaNo depoimento, Pascowitch afirmou que, quando surgiu o mensalão, a área política “se afastou dessas demandas” e instituiu como interlocutor o operador Julio Camargo, outro delator da Lava Jato. Foi então, segundo ele, que Camargo passou a receber os valores da Hope e distribuí-los entre funcionários da Petrobras e políticos.
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Leia a matéria completaPascowitch disse que, por volta de 2008 ou 2009, recebeu Duque e Fernando Moura em sua casa. Moura reclamou a Duque que não estaca recebendo os valores devidos por tê-lo indicado ao cargo na Petrobras.
Segundo o delator, os problemas com Julio Camargo levaram Duque a pedir que assumisse a intermediação de distribuição de propina com a Hope e com a Persona Service. A Hope teria suspendido os pagamentos em 2013 e a Personal, segundo Pascowitch, pagava R$ 100 mil mensais até o início da Lava Jato.
Pascowitch afirmou que, em 2013, houve uma reunião em sua residência, da qual participaram José Dirceu e seu assessor Roberto Marques; o então tesoureiro do PT João Vaccari; e Renato Duque, que havia deixado o cargo de diretor de Serviços.
O grupo teria discutido a necessidade de que alguem intercedesse junto ao novo diretor da Petrobras José Eduardo Dutra para que fossem licitados novos contratos de terceirização de mão de obra. Pascowitch diz que não sabe quem intercedeu, mas afirmou que houve nova licitação e as mesmas empresas – Hope e Personal – ganharam os contratos, embora não tenha conhecimento se o pagamento de propina voltou a ocorrer.
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