Brasília (AE) O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza reafirmou ontem, em depoimento à CPI do Mensalão, que o ex-ministro da Casa Civil e deputado José Dirceu (PT-SP) era a garantia para o caixa 2 do PT. "Delúbio (Soares, ex-tesoureiro do PT) cansou de me falar que o José Dirceu sabia das operações. Os empréstimos foram renovados porque tinham o aval de uma pessoa superior", disse.
Indagado se era amigo de Dirceu, Valério reagiu: "Não sou amigo do José Dirceu. Hoje, o considero meu inimigo." E bateu: "Era um ministro poderoso e arrogante. Não é amigo de ninguém."
Valério confirmou informação de sua mulher, Renilda de Souza, de que Dirceu reuniu-se com representantes dos bancos Rural e BMG. Mas fez questão de poupar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Não posso dizer que sabia de alguma coisa."
Ele deixou claro que temia pressões e chantagens por parte do governo caso não atendesse aos pedidos de empréstimos ao PT.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”