O ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão, desistiu da proposta de emprego em um hotel em Brasília. "Tendo em vista o linchamento midiático instalado contra José Dirceu e contra a empresa que lhe ofereceu trabalho, anunciamos que o ex-ministro decidiu abrir mão da oferta de emprego", afirmam os advogados de Dirceu em nota de esclarecimento divulgada nesta quinta-feira (5).
Segundo a nota, a decisão tem o objetivo de diminuir o sofrimento dos empresários que fizeram a oferta e dos funcionários que trabalham no grupo. "Reafirmamos que a proposta apresentada cumpria todas as formalidades previstas em lei, como contrato firmado, carteira de trabalho assinada e toda a documentação complementar exigida", dizem os advogados na nota. "Mesmo assim, foi tratada por setores da mídia como uma farsa", completam.
Dirceu seria contratado para trabalhar como gerente administrativo do hotel, e deveria receber salário de R$ 20 mil. O horário de trabalho seria das 8h às 17h, com uma hora de almoço. Na ficha de solicitação de emprego, Dirceu disse que se candidatou ao emprego "por necessidade e por apreciar hotelaria e a área administrativa".
Para os advogados, a atitude "denuncia a intenção de impedir que o ex-ministro trabalhe, direito que lhe é garantido pela lei e que vale para todos os condenados em regime semiaberto". Na nota os defensores lembram que Dirceu tem o direito a trabalhar, desde que atendidas as condições legais, "assim como tem o direito a ficar detido em um estabelecimento com condições dignas de higiene e segurança".
"José Dirceu não considera justo que outras pessoas, transformadas em alvo de ódio e perseguição exclusivamente por um gesto de generosidade, estejam obrigadas a partilhar da sanha persecutória que se abate contra ele. Por isso renuncia à oferta de emprego do Hotel Saint Peter e agradece a boa vontade de seus proprietários", conclui a nota, assinada pelos advogados José Luis Oliveira Lima e Rodrigo Dall'Acqua.
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