Trezentos e cinquenta e quatro dias depois de ter sido preso, o ex-ministro José Dirceu, considerado pelo Ministério Público como o mentor do esquema do mensalão, foi liberado ontem para cumprir o restante de sua pena em casa. Condenado por corrupção ativa, ele teve a progressão de regime autorizada na semana passada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Às 13h20 o ex-ministro da Casa Civil e ex-presidente do PT chegou à Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas, em Brasília, para participar de uma audiência. O encontro, que durou cerca de três horas, foi fechado e Dirceu deixou o prédio por uma saída lateral, sem falar com a imprensa. Na chegada, o ex-ministro foi chamado de "ladrão" por populares que passavam perto do prédio. Ao deixar o Complexo Penitenciário da Papuda, pela manhã, rumo ao escritório de advocacia em que trabalha, um humorista tentou entregar maços de dinheiro ao ex-ministro.
Condenado a 7 anos e 11 meses de prisão, Dirceu cumpriu pena desde 15 de novembro do ano passado no regime semiaberto, no qual saía para trabalhar durante o dia. No regime aberto, ele teria de cumprir a pena em casa do albergado. Como esse tipo de estabelecimento não existe em Brasília, os presos são cumprem a sanção em casa.
A progressão de regime é prevista para presos que já cumpriram mais de um sexto da pena e têm bom comportamento. Dirceu cumpriu apenas cerca de 11 meses de pena, mas teve 142 dias da pena original descontados, por ter trabalhado enquanto esteve no semiaberto.
Regras
Na audiência, Dirceu recebeu as instruções sobre o regime aberto. Caso as restrições não sejam cumpridas, Dirceu pode perder o direito à progressão de regime.
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