José Dirceu: "Bob", segundo o doleiro da Lava Jato| Foto: Maurício Lima

O ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão, quer se aposentar contabilizando no tempo de serviço os 11 anos que viveu na clandestinidade, durante a ditadura militar. Esse período vai desde sua prisão no Congresso da União Nacional do Estudante (UNE), em Ibiúna (SP), em 1968, até a abertura política, em 1979.

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A pretensão de Dirceu precisa agora ser apreciada pela Comissão de Anistia, órgão ligado ao Ministério da Justiça que julga e decide se concede ou não os anos de perseguição política para contabilização da aposentadoria. O ex-ministro foi anistiado por essa comissão em fevereiro de 2002, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Seu processo foi aprovado por unanimidade de nove votos, e a comissão lhe concedeu o direito de receber uma reparação econômica, em prestação única, no valor de R$ 59,4 mil.

A portaria confirmando sua condição de anistiado e o recebimento da indenização foi assinada pelo então ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, hoje senador pelo PSDB de São Paulo. Ela foi publicada no Diário Oficial da União no dia 7 de março de 2002.

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Naquele ano, quando ainda era presidente nacional do PT, José Dirceu comentou a conquista em entrevista ao jornal O Globo. "Tenho direito a esse reconhecimento. O valor da indenização é secundário. Fui banido e perdi a nacionalidade durante 11 anos. Vivi na clandestinidade. Tive que fazer plástica e mudar de identidade", disse.

Na época, Dirceu não solicitou a contagem de tempo para se aposentar. Dá esse passo agora para tentar completar o tempo que lhe falta. O ex-ministro argumenta que os anos de perseguição o impediram de exercer sua atividade profissional.