Brasília, (AG) A peregrinação do deputado José Dirceu (PT-SP) em defesa de seu mandato nesta reta final, até quarta-feira, assumiu o ritmo de campanha nacional, com a realização de atos e mobilização de movimentos sociais, sindicatos, intelectuais e artistas, em vários estados, e apoio agora mais explícitos de ministros e altas autoridades do governo Lula. Independentemente de ser cassado ou não, o fato é que ele já conseguiu, também com os insistentes recursos à Justiça, pelo menos uma vitória: a de melhoria de sua imagem.
A arrogância inicial deu lugar a uma inesperada humildade e simpatia, como contam os que são procurados por ele. O discurso é o da vítima que, juntamente com o governo do PT, virou alvo da oposição e não está tendo direito a um julgamento justo. Conseguiu apoio de setores da sociedade: militantes do PT e sindicalistas voltaram a defendê-lo, e autoridades do executivo, como o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, e o vice-presidente, José Alencar, começaram a mostrar a cara em atos de solidariedade a Dirceu. Ele parece estar conseguindo o que disse desde o início do processo: "Posso cair, mas caio em pé".
"O clima está melhorando muito, mas muito mesmo. Os apoios só aumentam. Setores da sociedade estão percebendo que a oposição quer atingir o PT e o governo do PT de forma muito radicalizada", avalia Dirceu.
Outra estratégia é vincular sua imagem à do governo Lula e mostrar que defender seu mandato é defendê-lo. "Sua estratégia é tirar a personalidade Dirceu e botar no coletivo. Só que tem aí uma grande contradição: no governo ele rompeu os laços com os movimentos sociais. Agora descobriu que, se não fizer laços com os de fora, os de dentro do Parlamento pegam ele. Que extrema ironia!", diz o deputado Walter Pinheiro (PT-BA).
Neste fim de semana Dirceu participaria de atos em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Pernambuco e Paraíba. Circula como um candidato, numa cruzada contra a cassação. Ao seu lado, um dos cabos eleitorais mais forte é o escritor Fernando Morais.
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