O deputado paranaense José Janene (PP) teve alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), da Santa Casa da Misericórdia de Curitiba, neste sábado, e já está no quarto. De acordo com Paulo Brofmann, médico cirurgião cardiovascular e responsável pelo Núcleo de Terapia Celular para o Coração da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), que acompanha o estado do parlamentar, informou que Janene está evoluindo bem. "Ele teve alta na hora do almoço e está no quarto", informou o médico.
Brofmann acredita que na segunda-feira (1) o deputado possa sair do hospital. Janene, segundo o médico, está recebendo a visita da família, porém, em horários restritos.
José Janene, na tarde de sexta-feira, foi submetido à uma cirurgia de implante de células-tronco no coração. O parlamentar tem uma doença chamada miocardiopatia dilatada (doença no músculo do coração que causa perda da contração e pode levar à morte), mais conhecida como "coração de boi".
Procedimento cirúrgico
A operação foi feita em duas partes: Janene, na parte da manhã, colheu 100 miligramas de sangue da medula do quadril. O material foi levado ao laboratório da PUC para isolar as células-tronco. À tarde, já na Santa Casa, o deputado passou por um cateterismo para injetar a célula-tronco nas artérias do coração.
Resultado
Os resultados, segundo o cirurgião, começam a aparecer de um a três meses. Neste período, o deputado terá que, uma vez por semana, realizar exames, além do acompanhamento de um cardiologista.
Caso a operação não consiga retardar o avanço da doença, Janene terá que fazer um transplante de coração. "O músculo não vai voltar 100%, o objetivo é evitar a evolução da doença", complementa Brofmann.
Crise política
Líder do PP na Câmara, José Janene é apontado como principal operador do esquema do mensalão no partido. Sua situação se complicou quando um assessor revelou que sacava dinheiro das contas de Marcos Valério por orientação do deputado paranaense.
Sobre ele pesa ainda acusação de corrupção em Londrina, Norte do estado. Junto com o ex-prefeito da cidade, Antônio Belinati (cassado em 2002, no fim do mandato), Janene teria montado um esquema de mensalinho que lhe teria rendido quase R$ 8 milhões, segundo o Ministério Público do estado.
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