Em seu primeiro dia útil como governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB) assinou na quinta-feira (19) um decreto exonerando pelo menos 6 mil funcionários comissionados da administração direta deixados pelo governador cassado Cássio Cunha Lima (PSDB), determinou uma auditoria em todas as contas do Estado e anunciou que fará uma análise detalhada dos contratos e convênios de grande valor feitos por seu antecessor. Apesar de negar uma caça às bruxas, Maranhão deixou claro que vai passar um pente fino nos atos administrativos do tucano.
"Precisamos auditar grandes contratos. Vamos analisar essa operação dos cheques da FAC", disse ele, referindo-se à fundação usada para distribuir cheques na eleição, o que motivou a cassação de Cunha Lima. "Isso tudo foi documentado. Vamos analisar mais a fundo esses pagamentos." Maranhão foi surpreendido, após a posse, por um problema inesperado. Antes de deixar a cadeira de governador, o tucano demitiu todos os secretários por meio do presidente da Assembleia Legislativa, Arthur Cunha Lima (PSDB), primo do governador cassado, que respondia pelo cargo.
A medida obrigou o novo governador a nomear 30 pessoas para o primeiro escalão. Com as demissões, Maranhão encontrou ontem o Palácio da Redenção com os gabinetes abandonados e despachou de sua casa. Cunha Lima, por meio de sua assessoria, afirmou ontem que quem determinou as exonerações foi Arthur Cunha Lima, a pedido do secretariado. Alegou que na decisão publicada no Diário Oficial de quarta-feira, que foi às ruas apenas à noite, estava prevista a indicação de um servidor para transmitir os dados do governo, mas Maranhão não teria aceitado a ajuda.
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