O pronunciamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AM), sobre a crise na Casa, previsto para a tarde desta terça-feira (4) foi adiado para quarta-feira (5). A assessoria da presidência não informou o motivo do adiamento.

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O discurso faz parte da estratégia de enfrentar quem pede sua renúncia da função. Segundo assessores de Sarney, o pronunciamento está sendo redigido pelo próprio presidente da Casa. O teor do discurso não foi revelado.

Na segunda-feira (3), os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL) iniciaram a estratégia com bate-bocas com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que discursava em plenário pedindo a saída de Sarney.

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Durante o recesso o clima contra Sarney piorou. Entre as denúncias, a divulgação de gravações ligando o presidente do Senado a atos secretos contribuiu para aumentar o tom dos que pedem a sua saída. Nas gravações, uma neta de Sarney pede ao filho dele, Fernando Sarney, que conseguisse uma vaga no Senado para seu suposto namorado, que foi nomeado por ato secreto.

Sarney negou nesta segunda ter recebido pedido de seu filho Fernando para que deixasse o cargo e disse estar confiante para enfrentar as denúncias. O Conselho de Ética da Casa tem 11 pedidos de investigação contra Sarney e tem sua primeira reunião marcada para esta quarta-feira (5).

O último discurso de Sarney foi antes do recesso parlamentar. Ele se disse injustiçado e destacou as medidas administrativas tomadas no comando da Casa para reverter as irregularidades descobertas no Senado, como os atos secretos. "Contra as injustiças, só o silêncio, a paciência e o tempo", disse Sarney, na ocasião.