O caso começou com uma discussão entre adolescentes e quase terminou em tragédia. Um rapaz não gostou de saber que um amigo tinha 'ficado' com a ex-namorada dele. Os dois começaram uma discussão pela internet.
Para acertar as contas, os dois marcaram um encontro. O amigo chegou com outros dois rapazes, um deles armado. Depois da ameaça, não se falaram mais. E agora, o adolescente soube, através da polícia, que a morte dele estava sendo tramada também por um sistema de troca de mensagens instantâneas pela internet. O grupo trocou mensagens virtuais divulgadas pela polícia.
"A gente já esquematizou. Vamos mandar a galerinha aqui, matar ele e jogar no Santo Antônio [que é uma represa no entorno de Brasília]. Para fazer o mal, tem que ter a manha, velho. Cabeça fria", disse um dos jovens envolvidos em um trecho da conversa pela internet.
A polícia monitorou as mensagens e apreendeu computadores nas casas de três universitários e um menor de 18 anos, estudante do ensino médio. Todos de classe média alta. Os investigadores descobriram fotos do grupo com uma arma e consumindo drogas.
A delegada da 1ª Delegacia de Polícia da Asa Sul, Suzana Machado, responsável pela investigação, disse que eles negaram tudo nos depoimentos. Falaram que era uma brincadeira. Mas a arma era de verdade e foi emprestada por um vigia do cemitério de Brasília. Ele é o único que está preso.
De acordo com a delegada, os rapazes podem responder por, pelo menos, três crimes, entre eles formação de quadrilha. A pena pode chegar a dez anos de prisão.
A delegada disse que os pais dos jovens não tinham a menor idéia da ação dos filhos. "Os pais ficaram chocados e você percebia que eles jamais imaginariam que os filhos eram capazes dessa atitude".
E ela ainda faz um alerta: "os pais têm que ficar atentos à internet, ao que seus filhos fazem na internet, com quem eles se comunicam na internet".