O senador Romero Jucá (PMDB-RR), ministro do Planejamento até segunda-feira (23), disse que vai exigir de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, uma manifestação sobre os áudios divulgados pela Folha de S.Paulo. “Precisa dizer se há algum crime ou conduta irregular”.
Jucá afirmou que Michel Temer pediu para que ele permanecesse à frente da pasta, mas que não voltará a ocupar o cargo até que Janot o isente.
O senador repetiu o discurso de que as suas falas na conversa com o ex-senador Sérgio Machado foram mal interpretadas. “O que eu disse já disse em outras oportunidades. Não fiz nenhuma ação para impedir a Lava Jato.”
A previsão é que Jucá faça uma defesa formal na quarta-feira (25) no Senado. “O fórum apropriado para debater a postura dos senadores.”
Este foi o primeiro discurso do senador desde que ele voltou ao Congresso. Apesar de ter planejado se pronunciar apenas na quarta-feira, ele subiu à tribuna para rebater o pronunciamento da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
Grazziotin considerou grave o conteúdo da conversa entre Jucá e Machado. Após a fala de Jucá, Grazziotin respondeu baseando-se no que a reportagem publicou.
“Eu não estou querendo colocar mais lenha na fogueira, mas o que estou falando é com base no que foi publicado na Folha”, disse.
Na segunda (23), Jucá deixou o governo depois de a Folha divulgar gravações em que ele sugere um pacto para deter a Operação Lava Jato.
Meta fiscal
Jucá também aproveitou a abertura dada pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), para criticar o governo de Dilma Rousseff (PT) e elogiar a meta fiscal encaminhada por ele, enquanto ministro do Planejamento.
“Estou aqui hoje para apresentar essa meta fiscal, que é um número realista; responsável; que tira da conta um superavit fantasma”, disse.
Segundo ele, caso aprovado o limite de gastos pedido pelo governo Temer, importantes investimentos serão destravados e ajudará estados e municípios a se reestruturarem economicamente.
“A proposição permite destravar investimentos, como a transposição do rio São Francisco, a ampliação de adutoras, obras de estradas e levar mais recursos para a saúde. É bom que senadores e deputados vejam que nessa proposta está contemplada também a renegociação dos estados e municípios. Isso dará funcionalidade aos estados, que estão em situação de penúria”, afirmou.
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