O PDT protocolou nesta terça-feira (24) denúncia contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR) no Conselho de Ética da Casa. O objetivo é que o colegiado se debruce sobre a gravação que levou Jucá a deixar o Ministério do Planejamento. No áudio, o senador conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e fala em um pacto com objetivo de parar a Operação Lava Jato. Jucá responde a inquéritos no STF no âmbito da Operação.
Apesar de a ação contar com a assinatura do presidente do PDT, Carlos Lupi, além do senador Telmário Mota (PDT-RR), o documento foi entregue como denúncia. Por isso, para que se possa levar à cassação de mandato de Jucá o Conselho teria de previamente convertê-la em representação, por decisão da maioria do colegiado.
A primeira fase, porém, será um juízo de admissibilidade individual do presidente do Conselho João Alberto (PMDB-MA), que poderá determinar até o arquivamento. Nesse caso, caberia recurso ao colegiado para levar o processo adiante.
“Em todos os momentos da gravação, há um claro propósito de que o novo governo, com o vice-presidente Michel Temer, resolva os “problemas” que a “Operação Lava Jato” acarretou à classe política tradicional no Brasil. Além disso, os áudios demonstram a opinião do senador de que seria necessário afastar a Presidente da República, Dilma Rousseff, para que a sangria da “Operação Lava Jato” seja estancada”, diz trecho da denúncia protocolada.
O documento compara a situação de Jucá a de Delcídio do Amaral, que foi cassado no dia 11 deste mês por 74 votos a 0 no plenário do Senado. A base do processo contra o senador cassado foi uma escuta feita por Bernardo Cerveró na qual o senador buscava evitar que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, pai de Bernardo, fizesse um acordo de delação premiada.