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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Futuros ministros do governo Michel Temer caso o Senado confirme o afastamento da presidente Dilma Rousseff na próxima semana, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o secretário-executivo do PMDB, Eliseu Padilha, criticaram nesta segunda-feira as medidas anunciadas pelo governo nos últimos dias, como o reajuste nos valores do Bolsa Família e na correção do Imposto de Renda.

Para Jucá, que é cotado para ser ministro do Planejamento de Temer, o governo “perdeu” os parâmetros das contas públicas e estaria tentando “desequilibrar ainda mais” o orçamento público. O senador afirmou que as medidas serão alvo de análise da equipe econômica do eventual governo Temer e sinalizou que podem sofrer mudanças.

“A presidente tomou medidas de aumento de despesa, baixou também aumento de imposto. Precisa ver se o aumento de imposto vai se configurar em aumento de arrecadação, porque às vezes se aumenta imposto e cai a arrecadação por causa da depressão na economia. Tudo isso vai ser avaliado. Qualquer aumento de despesa em um momento em que o governo apresenta um astronômico deficit fiscal é algo que deveria ser pensado dez vezes antes de ser feito. Lamentavelmente, o governo perdeu o parâmetro de qualquer conta e está executando despesas na tentativa de desequilibrar mais ainda o orçamento público. Isso não é a forma correta de agir e vamos analisar todos os dados no momento correto”, disse Jucá.

Questionado se acreditava que as medidas vieram como uma retaliação ao PMDB, o senador, que também é presidente do partido, afirmou que qualquer ato de “vingança” trará como efeito prejudicar a população e não o PMDB.

“A preocupação não é retaliação a alguém, é ampliar ainda mais o desequilíbrio da economia do país e, com isso, prejudicar as pessoas. Na hora que o orçamento é deficitário, que os dados macroeconômicos são negativos, isso impacta no aumento do desemprego e na situação de dificuldade das famílias. Qualquer ação de vingança não estará sendo feita em cima de políticos. O resultado negativo da economia impacta a vida de brasileiros que todos os dias perdem emprego. É isso que me preocupa”, pontuou.

Para Padilha, provável ministro da Casa Civil em um governo de Michel Temer, as medidas são “impossíveis” de serem implementadas diante da conjuntura econômica atual:

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“A resposta sobre essas medidas foi dada um dia ou dois antes pelo secretário do Tesouro Nacional. Elas são absolutamente impossíveis”, disse Padilha.

Além de Jucá e Padilha, o vice-presidente Michel Temer está reunido na tarde desta segunda-feira, no Palácio do Jaburu, com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, cotado para ser seu ministro da Fazenda, e com o ex-ministro Moreira Franco, que deve ocupar um posto no governo ligado à área de concessões. O encontro, segundo Padilha, servirá para antecipar algumas das medidas que Temer pretende tomar caso o Senado confirme o afastamento de Dilma Rousseff na próxima semana.

“Estamos conversando porque temos que saber que rumo nós temos que dar ao Brasil. Estamos com mais de 11 milhões de pessoas desempregadas, a crise se aprofundando, estão temos que começar a pensar. Se o Senado confirmar o afastamento, não haverá tempo para pensar depois, então é isto que nós estamos fazendo agora”, disse.

Sobre a formação do ministério, Padilha afirmou que Temer já tem um nome que seria o “predileto” para a Justiça, depois que Nelson Jobim recusou a sondagem da equipe do vice e que os peemedebistas tiveram que desistir do advogado Antônio Mariz, que criticou a operação Lava Jato. Padilha, porém, não revelou quem seria.

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